Existem hoje 65 milhões de variantes de malware, contra as 700 mil identificadas em 2001, de acordo com números da BitDefender. No que se refere ao spam, o malware mais relevante em termos de prevalência è aquele que se relaciona com ofertas de medicamentos e produtos farmacêuticos, segundo a mesma fabricante.

Este tipo de spam representa 49 por cento das mensagens de correio electrónico não solicitado, que circulam no ciberespaço e estão cada vez mais presente nas redes sociais, tirando partido da enorme popularidade destes serviiços junto dos utilizadores.

Na área do phishing, esquemas que tentam roubar dados confidenciais do utilizador, os principais alvos são hoje as instituições financeiras, bem como os jogos online. Nos sistemas de pagamento online são usados com mais frequênia em tentativas de fraude o PayPal e o eBay. Nos jogos, um dos alvos preferidos dos cibercriminosos é o World of Warcraft.

Nas pesquisas que realiza, a BitDefender também conclui que, embora se registem ataques informáticos cada vez mais sofisticados, muitas vezes não é este tipo de ataques que atingem resultados mais significativos.

As tendênicas de engenharia social são, por isso, uma das áreas a que empresa diz estar mais atenta, pelo sucesso que demonstram e pela crescente utilização por parte dos atacantes.

Num conjunto de workshops que serviram para mostrar produtos e analisar o desenvolvimento do mercado, teve também espaço a intervenção de um psicólogo, Lucian Trasa, que traçou o perfil do hacker atual, numa sessão sobre hacktivismo.

Diz o especialista que o hacker da atualidade está muito longe do hacker de há 20 anos atrás, que "trabalhava duro e tinha o sonho de ser apreciado e reconhecido, com o objetivo último de conseguir um trabalho legal pago".

A procura de reconhecimento continua hoje a motivar a atividade dos que se dedicam a entrar em sistemas alheios, mas a compensação que se procura � narcisista. "Perdeu-se o orgulho num trabalho reconhecido, em favor de resultados rápidos".

A análise defende que os hackers de hoje, graças ao grande número de ferramentas disponíveis na Internet (kits com ferramentas pré-preparadas), estão menos bem preparados que os do passado, para rivalizar em conhecimento técnico com os técnicos legais. Desta forma, os ataques informáticos tornaram-se mais comuns, mas também ficou mais difícil penetrar em sistemas bem protegidos.

"A civilização do fast food passou a fazer tudo depressa [...] fazer depressa não é fazer bem", diz o especialista.

A BitDefender analisa diariamente 200 mil ficheiros, dos quais cerca de 50 mil estão infetados.

Cristina A. Ferreira

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico