A Microsoft anunciou ontem a aquisição de tecnologia anti-vírus e a propriedade intelectual da GeCAD, uma produtora romena de software, com o objectivo de desenvolver as suas próprias aplicações de segurança e melhorar o nível de protecção dos utilizadores do sistema operativo Windows face a programas maliciosos. O valor da aquisição não foi divulgado mas os termos do acordo abrangem a contratação de alguns dos empregados da GeCAD.

Fundada em 1992, a GeCAD fornece produtos anti-vírus e de segurança desde 1994 sob a marca RAV AntiVirus. A Microsoft, cujo sistema operativo Windows é um dos alvos favoritos para os criadores de vírus informáticos, lançou no início de 2002 a iniciativa Trustworthy Computing no sentido de aumentar a segurança e fiabilidade do seu software.

Esta aquisição constitui o mais recente passo desta campanha, dado que, segundo a gigante de software, quase dois
terços dos utilizadores do Windows não possuem aplicações anti-vírus
actualizadas nos seus computadores.

A Microsoft planeia introduzir um produto anti-vírus futuramente, no contexto de um mercado que deixou em grande parte nas mãos de produtoras de software de segurança como a Symantec - mais conhecidas pelos seus produtos anti-vírus e firewalls Norton - ou a Network Associates - responsável pelo desenvolvimento e comercialização do software de segurança McAfee.

Apesar de ainda não ter especificado a forma como irá empregar a tecnologia, a intenção da companhia consiste em disponibilizar um serviço pago de subscrição para os utilizadores do Windows. Mas a introdução desta nova oferta não significa que o Windows Update - o serviço de download e instalação de códigos de correcção de falhas de segurança destinado aos consumidores - deixe de ser gratuito. Por outro lado, a companhia já cobra desde há muito mensalidades pelo seu serviço de Internet MSN e por alguns jogos
online.

Este anúncio está a gerar, contudo, algumas preocupações junto das produtoras de software anti-vírus, que receiam que a introdução da Microsoft neste mercado tenha um resultado semelhante ao ataque iniciado pela companhia de Bill Gates ao mercado dos browsers da Web em meados da década de 90 e que levou à aquisição da Netscape pela AOL. Isto porque a própria Microsoft referiu que planeia integrar a protecção anti-vírus nas versões futuras do seu sistema operativo, do mesmo modo que fez com o Internet Explorer.

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