
A identificação de oportunidades que existem de disponibilizar dados públicos para utilização por empresas - que possam acrescentar valor ao acesso e partilha de dados - é um dos factores que impulsiona o lançamento da Open Government Data Initiative (OGDI), uma iniciativa que a Microsoft lançou em Janeiro e está por estes dias a apresentar ao Governo português.
Por detrás do nome longo da iniciativa há software de código aberto e a tecnologia de cloud computing (Azure), que Sérgio Martinho, responsável pela Segurança e Estratégia de Plataformas da Microsoft Portugal, garante que pode ajudar os Governos e entidades governamentais a reduzir o time to market, disponibilizando informação que pode ajudar o ecossistema de ISVs (empresas de desenvolvimento de soluções), mas sem qualquer obrigatoriedade de pertencer à rede de parceiros da empresa.
"Esta é uma oportunidade porque há uma enormidade de dados públicos que não são usados e que nós podemos ajudar a disponibilizar", sublinha este responsável.
O software é disponibilizado de forma gratuita, em formato aberto, em APIs que podem ser modificadas pelas empresas interessadas em criar valor acrescentado. Mas a base relevante vem dos dados públicos que os Governos quiserem disponibilizar, abrindo o seu acesso, como aliás a Comissão Europeia pretende.
Francesca di Massimo, responsável europeia da Microsoft pelo programa OGDI, lembra que o executivo europeu aprovou em 2003 uma directiva que obriga os Estados membros a facilitar o acesso a dados públicos e que as estimativas feitas na altura eram de que o potencial económico de utilização desses dados se elevava a 27 mil milhões de euros.
A adopção de formatos abertos de dados está atrasada em grande parte dos países, admite esta responsável da Microsoft, mas alguns Estados Membros estão mais avançados, como a Holanda e o Reino Unido, enquanto outros estão a fazer um grande esforço de abertura, como é o caso de Espanha.
A Microsoft está a trabalhar com todos eles, e também com a Comissão Europeia, junto da qual tenta promover um suporte legislativo que defina as medidas de enquadramento dos serviços de cloud computing, a nível da segurança, privacidade e nível de serviço.
A iniciativa agora lançada é vista pela Microsoft como uma forma de apoiar os Governos na publicação de dados públicos, que podem ser suportados no Azure de forma rápida e explorados para criação de serviços e formatos de acesso à informação mais acessíveis para os cidadãos.
Sérgio Martinho adiantou aos jornalistas que em muito pouco tempo a Microsoft vai divulgar um programa em que está a trabalhar com o Governo, onde se vão ver rapidamente resultados nesta área, mas não quis dar mais detalhes.
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