Aparentemente, ninguém quer mesmo ficar de fora do fluorescente mercado dos tablets. O último exemplo disso é a Motorola, que admitiu publicamente a intenção de lançar o seu próprio dispositivo vocacionado para a navegação Web ainda durante o próximo ano.

A confirmação chegou de um dos directores-executivos da companhia. Durante uma conferência de tecnologia promovida pelo Deutsche Bank em São Francisco (EUA), Sanjay Jha revelou que a empresa pretende apostar num tablet com software baseado em Android.

Segundo o responsável, o computador deverá estar pronto no início de 2011, mas só se este prazo for suficiente para apresentar um produto suficientemente apelativo. "Só vamos desenvolver um tablet se este corresponder às expectativas. Esperamos que isso aconteça no início do próximo ano", afirmou Sanjay Jha, citado pela AFP.

Outra das questões apontadas prende-se com a maturidade do sistema operativo a que a Motorola quer recorrer, o Android. A empresa tem apostado no SO promovido pela Google para alavancar as suas últimas tentativas de se impor no mercado de smartphones, no entanto não considera que este se encontre pronto para ser usado em tablets.

Uma das prioridades identificadas é a introdução de melhorias ao nível da loja virtual de aplicações. "A experiência de utilização do Marketplace no Android é boa, mas não é óptima. Nós estamos a tentar rectificar essa situação", adiantou o responsável, prometendo um ecossistema com grande enfoque nessa dimensão.

O responsável esclareceu ainda que vê o mercado de tablets não como uma ameaça aos smartphones mas antes como mais uma oportunidade, defendendo que o formato tem mais afinidades com os telefones que com os computadores, apresentando-se, por isso, como uma área de "expansão natural" para a companhia.

"Quase toda a gente neste negócio" está a apontar em todas as direcções, defende, fazendo notar que a Motorola, que também desenvolve caixas descodificadoras para televisores, está "desejante de participar" numa evolução do entretenimento doméstico com base na Internet e que isso pode envolver levar os conteúdos digitais dos smartphones para as televisões.