O desempenho da Toshiba no mercado português de computadores é positivo: 25% dos portáteis vendidos pertencem à marca, numa quota de mercado que pode aumentar até ao final do ano dizem os executivos, e a base de computadores ativos no país ronda os dois milhões, de acordo com o responsável comercial para o retalho, Nuno Carapinha.



Mas o mesmo executivo traça um cenário diferente quando fala de forma mais generalizada das vendas. “O mercado está um pouco complicado, os portáteis estão em queda a 3%”, disse o responsável pela área comercial da Toshiba



E o motivo para a contração registada está, na opinião de Nuno Carapinha, no facto de as empresas e de o retalho ainda estarem a tentar adaptar-se à nova legislação sobre as vendas com prejuízo. As regras fizeram com que as cadeias de venda apostassem menos em campanhas promocionais agressivas, o que se faz sentir no número total de máquinas vendidas.



Mas a expectativa é de que até ao final do ano haja uma recuperação, terminando 2014 numa situação de estagnação, explicou o elemento da Toshiba. A força na segunda metade do ano terá origem nos picos de consumo associados ao regresso às aulas e à época de Natal.



Fora do sucesso da reta final fica o Windows XP. Com o fim do suporte oficial do sistema operativo, algumas fabricantes podem ter sentido uma maior procura através de utilizadores que procuram renovar o “parque” de computadores. Mas este é um cenário que pelo menos à Toshiba não tem acontecido.



Quanto ao mercado de tablets não foram partilhados números específicos, mas o objetivo principal da tecnológica é combater as marcas chinesas que têm invadido o mercado. De acordo com a análise da empresa, vai-se passar com os tablets o mesmo que se passou com os computadores portáteis: surgiram muitas marcas, mas quando o mercado amadurecer, o espaço será dominado por um pequeno grupo de marcas.



Ainda assim a Toshiba tem consciência de que a procura pelos tablets está a sofrer uma desaceleração e que o preço médio unitário está a cair “brutalmente”.



Os tablets são no entanto uma aposta fundamental para a estratégia da empresa que procura ter um dispositivo para todas as necessidades que os utilizadores possam ter. Os dispositivos móveis são também uma componente que terá uma grande procura na educação, de acordo com as expectativas dos responsáveis da empresa.

O diretor-geral para Portugal e Espanha partilhou ainda com o TeK as diferenças que existem no mercado ibérico. Mais do que hardware, o que distingue portugueses de espanhóis é o software, na opinião do executivo. João Amaral explicou que em Espanha há uma maior apetência pelo open source e pela partilha de experiências entre utilizadores. Em Portugal a tendência está mais ligada ao Windows e por exemplo, a marca vende mais tablets com o sistema operativo da Microsoft em Portugal do que no país “vizinho”.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico