Os domínios NFT, suportados na blockchain, estão a tornar-se cada vez mais populares, não só para projetos ligados a ativos digitais, mas também noutras áreas. A Coingecko fez uma análise sobre o tema e concluiu que o nome de domínio deste tipo mais caro da curta história da Web3 é o paradigm.eth, que foi vendido por 1,5 milhões de dólares.
“Os domínios cripto ganharam uma enorme tração nesta comunidade. A Unstoppable Domains e a ENS [serviço baseado na blockchain Ethereum] estão a ganhar uma grande popularidade. A venda de domínios como o paradigm.eth é apenas o início de um futuro promissor” para este mercado, sublinha Edith Reads, analista do site Stockapps.
O segundo nome de domínio NFT mais caro, segundo o mesmo ranking, foi o 000. eth, vendido por 320 mil dólares, seguido pelo abc.eth, pelo qual alguém pagou 250 mil dólares.
O que é um domínio NFT?
Um domínio NFT é basicamente um endereço de uma carteira digital, ligado a um token não fungível, e suportado numa blockchain. Isto faz dele um domínio descentralizado, com dados que só podem ser controlados por quem os detém e verificáveis por terceiros. Serve para enviar ou receber moedas digitais compatíveis, usando uma identificação mais legível que o endereço original de uma digital wallet.
Considerando que o endereço de uma carteira digital, sem esta adaptação à medida da memória humana, tem dezenas de carateres (como um IBAN, mas alfanumérica) e que cada transação numa blockchain não pode ser corrigida nem revertida, fica mais claro o valor de substituir o endereço público normal de uma carteira digital por algo do tipo mariajosefina.eth.
Muitos antecipam também que, no futuro, este será um novo caminho para promover negócios e projetos altamente dependentes de intermediários. A Binance, por exemplo, aponta várias áreas onde vê a utilização de um domínio NFT, para alojar e divulgar conteúdos, como mais interessante que o recurso aos domínios tradicionais. Na música ou na arte, refere, pode ser uma nova montra para exibir e vender trabalhos: “através da utilização de um domínio NFT, os artistas podem exibir, leiloar e vender o seu trabalho num só espaço. Além disso, podem receber pagamentos vinculados ao seu domínio NFT”.
Os criadores de conteúdos, elabora ainda um texto publicado no site da empresa, “podem recuperar o controlo e a propriedade da sua identidade digital. Em vez de dependerem das plataformas de redes sociais para alojar os seus conteúdos, podem usar a tecnologia blockchain e alojá-los na web descentralizada”.
Ao contrário dos domínios NFT, os domínios da web2 (.com, .pt, .org e restantes) servem essencialmente para dar uma designação legível a endereços IP que apontam para o site de uma empresa, ou outra entidade, passando pelos servidores DNS controlados por uma entidade internacional centralizada, o ICANN. Os domínios NFT estão ligados à infraestrutura descentralizada da blockchain.
Outra diferença entre estes dois tipos de domínios é que os NFT, uma vez comprados, podem ser para sempre de quem os adquire (embora esse não seja o único modelo de venda dos prestadores atuais). O dono do nome de domínio é também a única pessoa ou entidade com capacidade de fazer atualizações ao domínio. A propriedade dos nomes de domínio da web “tradicional”, tem sempre de ser renovada periodicamente.
A Unstoppable Domain e a Ethereum Name Services são os dois serviços de domínios cripto mais populares do momento. Têm algumas diferenças entre si, mas ambos permitem, por exemplo, registar nomes DNS (Domain Name Service) que o utilizador já tenha, como endereços cripto.
Esta é uma áreas emergente, com novidades quase diárias. Nick Johnson, responsável de desenvolvimento da ENS, revelou recentemente no Twitter que a partir de outubro o serviço vai dar suporte aos domínios .box. O .box será o primeiro TLD nativo da blockchain compatível com DNS.
Isso significa que esses domínios criados no Ethereum Name Service vão poder ser usados em nomes de domínio da web tradicional, com a vantagem de todas as operações de registo e transferências de nomes de domínio em “.box” serem validadas por contratos inteligentes, como explica o site Criptofacil.
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