A proposta submetida pela Microsoft junto do Organismo Internacional de Normalização para os documentos Office não reuniu o número necessário de votos para ser aprovada. A Microsoft pretendia ver o formato, que já suporta a última versão do Office, aceite pela organização como normal internacional, rivalizando com um outro formato já aprovado e que suporta o mesmo tipo de documentos, o OpenDocumentFormat.



A ISO acaba no entanto de informar que o OOXML, como também é conhecido, não obteve a necessária maioria de dois terços nas votações que cada um dos 104 países membros da organização lhe fizeram chegar até ao passado dia 2, data limite para manifestar posição. Entre os votos recebidos pela ISO era critico que existisse uma aprovação de 2/3 dos 41 países que compõem o comité técnico ISO/IEC (International Electrotechnical Commission), o que não aconteceu.



Adicionalmente era necessário que os votos negativos da totalidade dos países envolvidos no processo não ultrapassassem um quarto do total. No primeiro caso os votos positivos representaram 53 por cento (quando tinham de representar um mínimo de 66 por cento) e no segundo caso os votos negativos representaram 26 por cento (quando não podiam representar mais de 25 por cento).



O Não da ISO não é o fim da linha para a Microsoft, mas dá início a uma nova fase do processo em que a empresa terá a oportunidade de analisar os comentários que os países anexaram aos seus votos, com sugestões técnicas de alteração à proposta - desde o início controvérsia - e fazer mudanças nas especificações.



O próximo desenvolvimento no processo fica agendado para Fevereiro de 2008, na Suiça, onde a ISO irá promover uma reunião para "rever e procurar o consenso sobre possíveis alterações ao documento, à luz dos comentários recebidos com os votos", explica a entidade numa nota de imprensa.



O organismo acrescenta que se nesta altura "as modificações propostas forem tantas que os organismos nacionais queiram alterar os seus votos negativos […] o standard pode prosseguir para publicação". Se nesta altura os votos negativos não mudarem de sentido, a Microsoft poderá sempre submeter à ISO uma nova proposta de aprovação para o OpenXML.



Fazer do formato uma norma reconhecida mundialmente é um passo obrigatório para no futuro poder garantir a sua adopção por governos e grandes instituições que para assegurar a interoperabilidade passem a utilizar um único standard.



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