"Nós adotámos medidas importantes para, primeiro, isolar o problema e, depois, normalizar os serviços, mas normalizá-los de uma forma bastante segura", disse, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o administrador da Cabo Verde Telecom (CVT) Francisco Almeida, indicando que a empresa tomou "dezenas" de medidas, as quais não especificou, por algumas terem um caráter de especialidade e tecnicidade "muito elevada".
O engenheiro deu conta que a empresa tem uma equipa de 12 técnicos "com muita experiência" a tratar o assunto e conta ainda com assistência de uma empresa internacional especializada na temática da segurança, da qual também não revelou nem o nome nem a nacionalidade.
"Lá, onde foi necessário intervir para gerir esta situação de crise, foram adotadas as medidas certas", pontuou o responsável.
Na sexta-feira, a empresa avançou que no dia anterior tinha sido alvo de um "ciberataque deliberado malicioso", que afetou as comunicações móveis em todo o país, e ainda está a investigar as causas e a sua origem, juntamente com as autoridades policiais.
Recargas móveis do serviço pré-pago, dados móveis, mensagens e autenticação no serviço de televisão foram alguns dos serviços afetados pela invasão, e o administrador previu a normalização dos sistemas nas próximas 48 horas.
"Este tipo de incidentes tem o seu nível de complexidade e leva algum tempo a sua normalização plena", referiu o engenheiro da CV Telecom, dizendo que não há indícios que os dados dos clientes tenham sido comprometidos.
Em julho, a Cabo Verde Telecom realizou a fusão das três empresas do grupo, criando uma marca única, denominada de "Alou".
A maioria do capital do grupo é detida pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 57,9%, contando ainda com a estatal Aeroportos e Segurança Aérea (20%), a Sonangol Cabo Verde (5%), o Estado cabo-verdiano (3,4%) e outros acionistas privados nacionais (13,7%).
Em 26 de novembro de 2020, a Rede Tecnológica Privativa do Estado (RTPE) foi vítima de um ciberataque em larga escala com bloqueio de dados e pedido de resgate (designado 'ransownware'), que obrigou à suspensão temporária de alguns serviços públicos.
Na altura, o Governo de Cabo Verde investiu mais de 1,8 milhões de euros para reforçar a segurança das redes informáticas do país.
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