Decore este termo e a respetiva sigla: High Dynamic Range (HDR). Na prática é um novo formato de vídeo que permite uma melhor reprodução das cores e também melhora o brilho das imagens. Mas será algo que faz realmente a diferença? Este foi um dos elementos que a Sony veio mostrar a Portugal na apresentação da sua nova gama de produtos.

A resposta sincera é sim, faz diferença. Os vídeos em HDR são muito mais vívidos e muito mais ‘calorosos’. E isto é importante pois no mundo da alta definição não deve contar só o número de píxeis dos conteúdos, a qualidade geral das produções está a assumir um papel cada vez mais importante.

Amazon, Netflix, BBC e produtoras cinematográficas já estão a produzir conteúdos em Ultra HD HDR e por esse motivo a Sony considera que este é o momento de trazer televisores 4K HDR para o mercado. E sendo este ano de Europeu de Futebol, a marca está confiante no aumento das vendas nos televisores mais avançados.

A empresa não revela dados específicos de comercialização para Portugal, mostrando apenas as estimativas para toda a Península Ibérica. Em 2016 espera vender 3,9 milhões de televisores, dos quais 656 mil serão TVs 4K.

“Os dois países estão a comportar-se da mesma forma. São mercados maduros e portanto a nível global estão praticamente iguais [relativamente a 2015]. Mas o que há é uma alteração no padrão de compra nos tamanho dos televisores. Os televisores com 48 ou mais polegadas estão a ter crescimentos de dois dígitos em comparação com o ano passado. O 4K também está a ter um interesse muito forte e será um dos motores mais importantes para o crescimento”, explicou ao TeK o responsável de marketing da Sony, Albert Gracia.

Numa fase inicial o televisor 4K HDR mais acessível da marca japonesa no mercado português vai rondar os 1.800 euros para um equipamento de 48 polegadas, mas a empresa espera que ao longo dos meses os consumidores já possam adquirir televisores abaixo dos mil euros, mas em tamanhos inferiores, adiantou o executivo.

Os televisores HDR não são exclusivos da Sony: a Samsung tem, a LG também e a Panasonic idem. Esta não é portanto uma aposta de uma só empresa, será a nova norma topo de gama que os interessados devem procurar caso pretendam ter o melhor televisor.

A sombra do 3D
Mas quando se fala em funcionalidades para televisores deve ter em conta um caso recente e que espelha bem o facto de o entusiasmo das marcas nem sempre ser correspondido: a tecnologia 3D.

Recentemente a Samsung anunciou que nenhum dos seus novos modelos de televisores para 2016 vai ter suporte para tecnologia e conteúdos tridimensionais - pelo menos na América do Norte. É o ‘adeus’ da maior vendedora de TVs do mundo àquela que era apontada como uma das tecnologias que ia alavancar o segmento nos próximos anos.

A Sony não tem uma posição tão radical, mas a inclusão nos seus televisores também vai ser limitada, como explicou Albert Garcia.

“Continuamos a ter modelos que incorporam a funcionalidade 3D, mas só o mantemos em modelos de gamas altas. Foi uma funcionalidade que nos últimos anos teve uma aceitação moderada, portanto teremos o 3D para os clientes que procuram as melhores especificações”.

Rui da Rocha Ferreira