Circula na Internet uma petição que pede à Apple uma atitude mais interventiva junto dos fabricantes asiáticos dos seus equipamentos, de forma a melhorar as condições de trabalho que estes proporcionam. Nas primeiras 24 horas a petição online angariou 35 mil assinaturas, um número que já aumentou em alguns milhares desde então.



Os signatários pedem à Apple que seja mais proactiva na relação com as fábricas asiáticas que produzem os seus dispositivos e onde, como têm mostrado vários casos relatados na imprensa e as próprias auditorias da fabricante, os direitos dos funcionários normalmente não são respeitados. Pede-se à empresa que ajude a implementar princípios éticos na "cadeia de abastecimento" do iPhone.



Quem acede à página da SumOfUs, que lançou o protesto, pode ler um conjunto de boas razões para sensibilizar a Apple a investir na segurança e na melhoria das condições de trabalho dos funcionários que - indiretamente - trabalham para a empresa.



Doze horas de trabalho diário, seis dias por semana, com frequente exposição a compostos tóxicos são alguns dos episódios relatados na imprensa. Tal como os suicídios entre os trabalhadores, que também já fizeram notícia por diversas vezes.



"A Apple pode fazer isto? Sem dúvida, é a companhia mais rica do mundo", frisam os organizadores da iniciativa, antecipando algumas críticas que já começaram a surgir - no Facebook da organização, por exemplo - considerando que os propósitos da campanha e da petição são demasiado inocentes e vagos.



Não são pedidas ações em concreto, apenas que a empresa atue a tempo de garantir que, quando o iPhone 5 chegar ao mercado, quem trabalhou na sua produção já tenha gozado de melhores condições de trabalho.



A SumOfUs apresenta-se como um movimento de consumidores, investidores e trabalhadores de todo o mundo, unidos no esforço de responsabilizar as organizações pelas suas ações. Foi criada no final do ano passado e tem em marcha outros protestos, endereçando objetivos e empresas diferentes.



Nota de redação: Foi corrigida uma gralha.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira