Cães de companhia ou as simples bengalas são os auxiliares de pessoas cegas, na sua “luta” pela autonomia na deslocação. Mas a tecnologia poderá ter algo, literalmente a dizer, na ajuda a contornar obstáculos. Pelo menos é essa a ideia de um grupo de investigadores da Caltech que utilizou o sistema HoloLens para desenvolver um assistente cognitivo de realidade aumentada (CARA) em que basicamente fala com os utilizadores.

O sistema utiliza visão computorizada para identificar objetos num determinado lugar e diz o seu nome aos utilizadores. E para que não restem dúvidas, a tecnologia utiliza som espacial, para projetar as palavras da direção onde se encontram os objetos, soando mais alto quanto mais perto estiver dos mesmos.

Para que a informação não se acumule e baralhe os utilizadores, a equipa criou três modos. O primeiro condiciona a vocalização dos objetos apenas quando estão a olhar para os mesmos, o segundo servirá para um primeiro contacto com a sala e sentir o que existe em redor. Por fim, o modo “alvo” permite focar-se apenas em um objeto.

Ainda que o sistema esteja apenas numa primeira fase, já foram feitos alguns testes com cegos que se voluntariaram, alertando-os para a presença de escadas, onde necessitam agarrar o vão da escada ou onde mudar de direção.

Os investigadores estão a implementar novos esquemas para identificação em tempo real de objetos e pessoas, afirmando que o sistema poderá ser utilizado em bancos, mercearias, museus e outras localizações para ajudar os cegos a circularem em espaços que não estão familiarizados.