A Capgemini anunciou há poucos meses a criação de uma nova linha de serviços dedicados à Cibersegurança, onde o enfoque é colocado na consolidação de competências nesta área e nos Centros Operacionais de Segurança de terceira geração que a consultora possui. Vincent Laurens, um dos especialistas da consultora nesta área, esteve em Lisboa para explicar a estratégia da empresas e a forma como a nova oferta se integra no alinhamento existente.

Considerando a criação da nova área como um passo de evolução natural dos serviços que a Capgemini já prestava nos seus clientes, Vicent Laurens lembra que a empresa tem mais de 2.500 pessoas a trabalhar em cibersegurança e que tem dado apoio a governos e empresas de alto perfil.

O aumento do número de ataques informáticos em todo o mundo, que cresceram mais de 120% em 2014 com um custo estimado para as empresas de 7,6 milhões de dólares por ano, tem ajudado a que as empresas estejam mais alerta para as questões de cibersegurança, mas o nível de maturidade é ainda muito diferente entre as várias regiões, e entre os diferentes setores de negócio.

A análise feita ao mercado português indica que a nível de infraestruturas e comunicações as empresas estão a fazer um bom trabalho para se protegerem de ataques informáticos, mas que na área das aplicações o nível de maturidade não é o mesmo. Muitas empresas estarão a adiar o investimento nesta área para o próximo ano, o que pode ser perigoso.

“Portugal também vai sofrer da nova onda de ataques que estão a surgir. Vão receber as mesmas balas que os outros […] não é por serem pequenos que estão protegidos”, avisa.

Segundo o especialista, há muitas pessoas empenhadas e a quererem proteger as suas organizações, mas é preciso reforçar o investimento e recorrer a ferramentas mais eficientes na deteção e proteção contra ataques APT (Advanced Persistent Threat) que muitas vezes estão silenciosos durante anos até que se revelam e comprometem a segurança das empresas.

Dados partilhados por Vincent Laurens indicam que em Portugal pelo menos 20% das organizações já foram atacadas, mas que só 5% sabem que isso aconteceu, uma situação que não é muito diferente do que acontece noutros países.