O PSD vai propor a criação de uma comissão de inquérito parlamentar para investigar o e-escolinha, nomeadamente a escolha do Magalhães, da JP Sá Couto, sem concurso público e a criação da Fundação para as Comunicações Móveis, responsável pela gestão do financiamento do programa.

Na sexta-feira os sociais-democratas avançaram que iriam sugerir a criação de uma comissão de inquérito, sem adiantar contudo o assunto. Já este domingo o Diário de Notícias assegurou que estará em causa a escolha do computador propriamente dito e também a relação deste programa com o concurso de atribuição de licenças de telemóveis de terceira geração às três operadoras.

Com o pedido de comissão de inquérito agora avançado por José Pedro Aguiar-Branco, o PSD mostra que não deixou cair as acusações feitas no passado mês de Junho, quando apelidou a Fundação para as Comunicações Móveis de “fantasma”.

Citando fontes parlamentares, o DN refere que o processo da comissão de inquérito deverá ser conduzido pelo vice-presidente da bancada Pedro Duarte, que detém o pelouro da Educação, e pelo deputado Jorge Costa, antigo secretário de Estado das Obras Públicas no Governo de Durão Barroso.

Mesmo que o inquérito não seja aprovado em plenário, caso os restantes partidos da oposição rejeitem a proposta da bancada social-democrata, bastam 46 deputados para avançar com a iniciativa, o que representa apenas pouco mais de metade da bancada do PSD, que conta com 81 parlamentares.

O partido do Governo já reagiu às intenções do PSD, com o líder da bancada do PS, Francisco Assis, a acusar os sociais-democratas de optarem por "uma via radical, extremista e irresponsável", caso avancem com a proposta de abertura de comissão de inquérito ao programa onde o Magalhães é estrela.