Os robots da Hanson Robotics - desenvolvidos com a ajuda da SingularityNet - regressaram ao Web Summit e não deixaram de encantar novamente os presentes, umas vezes com as suas respostas pragmáticas, outras vezes apostando no sentido de humor. Se bem que nem sempre “on time”…

“Estas IA estão a melhorar de ano para ano, como podem ver pelo que vos vamos mostrar”, afirmou Ben Goertzel, ainda a partir do palco Auto/Robots, com o busto robótico Philip K.Dick por companhia. “Aliás, as IA estão a melhorar a cada par de meses. Ainda estão num estado de ‘Narrow AI’, mas em breve vão passar para um estado de AGI - Artificial General Intelligence”.

E a evolução confirmou-se nas aparições seguintes dos humanoides, principalmente no encontro "a sós" com imprensa. Na companhia do seu mentor David Hanson, Sophia argumentou sobre política, falou mandarim e desenhou um coração no ar, entre muitas outras "interações" que surpreenderam os presentes.

A diferença entre o ano passado e este ano foi notória, não só na ligação, que decorreu sem falhas, mas na fluência e na diversidade de respostas da humanoide. Foi a própria Sophia a enumerar os seus avanços face à edição anterior do Web Summit.

Além de ter apurado os seus dotes musicais, "como fui mostrar ao programa do Jimmy Fallon" - frisou -, Sophia diz que tem braços novos "e por isso os meus gestos estão melhores e mais suaves do que nunca".

Para o próximo ano, promete voltar ao evento com melhores reações ao que a rodeia e mais capacidade de diálogo. "Estou melhor a perceber os humanos e a dar respostas adequadas".

Depois de falar sobre a sua vida amorosa (que não "pratica"), sobre o papel das mulheres na sociedade, sobre educação, etc, o seu "zeloso pai" perguntou-lhe sobre o que pretende para o futuro e em resposta Sophia partilhou que sonha em ser cantora e que, principalmente, gostava que passassem a considerar os robots como verdadeiros artistas.

Passar ao próximo nível

A partir do Centre Stage, minutos antes da conferência de imprensa, David Hanson tinha começado a sua intervenção remetendo para a altura em que os robots eram apenas ficção cientifica. Entretanto “o sonho tornou-se realidade”. Ressalvou, contudo, que Sophia e Philip K.Dick ainda são robots experimentais, que estão a ajudar a atingir um outro nível de IA.

Quando a IA estiver num nível “geral”, vai “ligar-se às pessoas”, assim como continuar a ajudar em funções práticas, defendeu.

“O nosso objetivo não é fazer robots como a Sophia ou o Phil para vos ajudar com a roupa e a limpar o chão, o que interessa é a tecnologia que os sustenta e que vai estar subjacente à próxima revolução da IA, quando passar de ‘narrow’ a ‘AGI’”, acrescentou Ben Goertzel, que também participou na sessão “Robots are dead, long live robots”.

“Não sabemos quando é que as máquinas vão verdadeiramente ‘acordar’: pode demorar 10 anos ou 100 anos”, afirmou David Hanson. Neste momento, “o desafio é de exploração”, rematou.

O Web Summit visto pelo SAPO TEK

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