O Web Summit recebeu Liang Hua, o chairman da Huawei, para uma intervenção em torno do futuro do 5G e da indústria das Tecnologias de Informação e Comunicação, assente numa nova era da inteligência artificial. Para Liang Hua, o futuro passa pelo mundo totalmente conectado e digital, desde as telecomunicações, à integração dos equipamentos domésticos como as Smart TVs.

“A inovação digital leva-nos para uma nova era de inteligência. Vemos no horizonte uma vida mais inteligente, melhor e mais verde. Muitas tecnologias revolucionárias serão a força motriz. A conectividade e a computação são elementos centrais para esta transformação”, destaca.

Salienta ainda que a computação quântica também está em fase de maturação, e futuramente vai permitir diminuir o tempo de processamento de grandes quantidades de dados, mas diminuindo o consumo de energia.

Prevê ainda que até 2025, mais de 30% do PIB global será gerado pela economia digital, alavancado pelo 5G (que será consumido por metade da população mundial), a computação em cloud, a inteligência artificial, assim como as tecnologias multimédia em torno da realidade aumentada/virtual, assim como o vídeo em live streaming transmitido em 4K e 8K.

Liang Hua, o chairman da Huawei
Liang Hua, o chairman da Huawei.

Prevê ainda que os equipamentos de wearables poderão ser uma espécie de hospital móvel, prestando monitorização aos utilizadores, sobretudo os que sofrem de doenças crónicas.

Liang Hua acredita que todos os avanços tecnológicos da indústria e da economia digital serão experiências com mais valias para os consumidores, pelo que deve haver um aperfeiçoamento e regulação no sentido de digitalizar as indústrias com maior rapidez, aponta o chairman da Huawei.

“A Europa tem uma oportunidade de inovar, em diversas áreas tecnológicas, da IA, cloud, a medicina, a produtividade e outros que possam criar valor. O COVID-19 mudou a forma de relação e trabalho, mas a investigação tecnológica oferece plataformas para diminuir a distância”, salientando que para si há uma palavra de esperança assente na tecnologia.

Nas suas palavras, a Huawei espera continuar a colaborar com a Europa e a contribuir na sua transformação digital. “Todos merecem beneficiar da tecnologia”, rematou. Refere que a economia digital apresenta mais oportunidades do que desafios, sobretudo para as PME, para que façam negócios sem interrupções, mesmo em clientes em locais remotos.

A saúde será uma área impactuada pela tecnologia, incluindo o 5G, cloud e IA, como se tem visto no combate ao COVID-19 e a rapidez com que se está a encontrar vacinas para a doença. E devido à pandemia, a tecnologia ajudou a manter os empregos graças ao teletrabalho, assim como o ensino em casa.

Mas há desafios pela frente, na visão de Liang Hua, pois quanto mais tecnologia for utilizada, mais necessidade há de a regulamentar, salientando que é preciso mais proteção à privacidade dos utilizadores. Por outro lado, os mecanismos devem ser mais transparentes para que aumente a confiança dos intervenientes. Para se gerar valor através das bases de dados, é necessária uma regulamentação mundial aberta, colaborativa, segura e credível, acrescenta o chairman da empresa chinesa.

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