Com vista a atacar directamente a Microsoft, a RealNetworks anunciou ontem, dia 22, uma nova versão do seu software leitor de conteúdos multimédia que pode distribuir áudio e vídeo em vários formatos, incluindo o Windows Media da gigante de software, informou o New York Times.



A aposta da RealNetworks passa por atrair as empresas de media que disponibilizam conteúdos através da Internet ou que necessitam de enviar dados de áudio e vídeo para clientes e empregados em vários formatos para um único sistema que suporte diversos tipos de ficheiros.



Segundo Rob Glaser, fundador da RealNetworks em 1994, citado pelo jornal norte-americano, a sua empresa desenvolveu uma versão do software Microsoft Media Server que vem com o sistema operativo Windows. Os engenheiros da RealNetworks analisaram os dados que são enviados entre esse software e o programa Windows Media Player e recriaram a tecnologia necessária para reproduzir ficheiros no formato da Microsoft.



Este método permitiu a criação de uma versão designada clean-room, o que significa que os programadores conceberam o software de transmissão sem qualquer conhecimento do programa que servia de base. Segundo Glaser, a Microsoft adoptou uma estratégia semelhante em várias tecnologias como a NetWare, PostScript e Java Script.



Alguns responsáveis da Microsoft afirmaram que a empresa licenciou recentemente a tecnologia do Windows Media Player a uma variedade de companhias como a Yahoo!, RealNetworks e a America Online do grupo AOL Time Warner.



O novo software servidor da Real Networks consiste numa parte de uma versão do servidor de media da companhia que foi introduzido ontem, designando-se Helix Universal Server. Este tipo de software servidor pode ser definido como um programa que corre em computadores poderosos e podem enviar streams de informação digital para muitos utilizadores de computadores em simultâneo.



O Helix será disponibilizado através de uma estratégia conhecida por community source, que irá tornar possível para os parceiros e rivais da RealNetworks tirarem partido das instruções originais dos programadores. Nos termos desta estratégia de licenciamento, as companhias possuem o direito de obter acesso gratuito ao código fonte no qual o programa se baseia, embora tenham que pagar à mesma uma taxa de licenciamento quando venderem os seus produtos comerciais baseados na tecnologia.



O modelo community-source de software, que foi primeiro utilizado pela Sun para distribuir a sua linguagem de programação Java, é uma variação da abordagem original do software open-source, que pode ser livremente partilhado com algumas restrições. A versão community-source é mais restritiva embora tente atrair outras empresas e programadores a colaboram e a acrescentarem ideias inovadoras.



A empresa anunciou ainda uma série de parcerias com a Hitachi, Hewlett-Packard, IBM, Deutsche Telekom, NEC, Nokia, Cisco Systems, Oracle, Sun Microsystems, Palm, Texas Instruments e outras empresas. Estas firmas vão poder incorporar o software nos seus próprios produtos.


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