Um levantamento levado a cabo pelo Ajudas.com concluiu que as ferramentas colocadas à disposição das organizações não governamentais que integram a Rede Solidária (acesso à Internet, caixas de correio electrónico e ferramentas para construção e alojamento de um site) estão subaproveitadas e são difíceis de usar.
O Ajudas.com identificou 248 registos na Rede Solidária. Nestes, estão representadas 192 entidades, tendo em conta que os restantes se referem a delegações ou gabinetes de uma mesma organização, com o mesmo site Web. Entre as 173 entidades com site a funcionar, 56 pertencem a subestruturas, pelo que a análise do site que materializa o projecto de responsabilidade social da empresa HandOut, incidiu sobre os 117 sites que efectivamente representam ONGs distintas.
Nos 117 sites considerados, o levantamento conclui que 55 apresentam informação não actualizada ou incompleta. Entre os sites com informação actualizada, apenas nove usam as ferramentas de programação disponibilizadas aos membros da rede. Já a divisão entre entidades que optaram pelo conjunto de ferramentas disponibilizadas aos membros da rede para criar a presença Web está mais equilibrada. Dos 117 considerados, 58 optaram pelos serviços da rede e 59 por site próprio.
Os testes à acessibilidade dos sites das ONGs - da responsabilidade de organizações dirigidas a pessoas com deficiência, idosas ou em risco de exclusão - também não tiveram nota positiva. Setenta e nove não cumprem critérios de acessibilidade e outros 27 cumprem apenas um primeiro nível de acessibilidade. Os restantes dividem-se pelos níveis 2 e 3, que se diferenciam pelo número de critérios de acessibilidade assegurados.
"A distribuição gratuita de Internet parece ser o ponto mais importante para a ligação à Rede, já que os resultados demonstram que nem as caixas de correio são aproveitadas, nem o alojamento ou domínio Web personalizado parecem ser usados por todas as entidades registadas", concluem os promotores do levantamento.
O levantamento foi realizado por "uma equipa multidisciplinar e orientado por técnicos especializados em desenvolvimento Web", como é explicado no site do Ajudas.com - onde são detalhados as principais resultados da pesquisa.
Na plataforma também se explica que ao longo do ano passado o site recebeu mais de duas centenas de pedidos de apoio para a construção e manutenção dos sites da Rede Solidária, bem como outras dúvidas relacionadas com a gestão do backoffice. As solicitações terão motivado o levantamento, que se realizou entre 10 e 30 de Junho.
As entidades habilitadas para estar na Rede Solidária garantem acesso gratuito à Internet, sem limites de tráfego, 24 horas por dia. Um número ilimitado de caixas de correio com capacidade de 50 MB cada, alojamento Web para site institucional de 500 MB; gestor Joomla 1.5, servidor com suporte PHP2 e MySQL5; possibilidade de instalação da plataforma de eLearning Moodle; 5 bases de dados MySQL e domínio Web personalizado em .org.pt
A Rede Solidária nasceu com a ligação das instituições de solidariedade social à RCTS - Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade. Funciona desde 2001 e de acordo com os dados mais recentes, disponibilizados no site oficial, passou de uma velocidade de 64 kbps em 2001 para 8 MB em 2008. Em 2005 ganhou um gestor de conteúdos Plone e três anos mais tarde passou a suportar Joomla 1.5. Em termos de espaço de alojamento conta desde 2008 com os 500 MB já referidos. Foi no mesmo ano que o número de caixas de correio à disposição das ONGs passou de sete para um número ilimitado.
A gestão do portal Rede Solidária é da responsabilidade da UMIC, que o TeK contactou antes de fazer a notícia. Atè à hora de publicação do artigo não foi possível obter um comentário desta Agência para a Sociedade do Conhecimento.
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