A energia solar já é uma importante fonte de "combustível" limpo. Seja em fábricas ou em habitações particulares, são já muitas as pessoas que tiram partido desta energia que é bastante abundante.

Mas ao atravessar a atmosfera terrestre, uma parte desta energia é perdida. Por isso é que já é um objetivo antigo conseguir reaproveitar a energia solar que está dispersa no espaço e um grupo de investigadores da Agência Japonesa de Exploração Espacial (JAXA na sigla em inglês) parece tê-lo feito com um significativo grau de sucesso.

O maior problema enfrentado até aqui estava relacionado com a precisão do redirecionamento, algo que tem sido trabalhado e que apresenta agora resultados positivos.

Os cientistas japoneses conseguiram "desviar" 1,8 kilowatts de energia - o suficiente para alimentar um computador desktop e o seu ecrã por oito horas -, durante uma distância de 55 metros.

"Esta foi a primeira vez que alguém conseguiu enviar um grande output de quase dois kilowatts de energia elétrica através de micro-ondas para um alvo pequeno, usando um dispositivo delicado de direcionamento", disse um porta-voz da JAXA, citado pela publicação Phys.org.

Uma das vantagens do sistema de recolha de energia no espaço é, por exemplo, o facto de não estar sujeito a condições meteorológicas.

Quer isto dizer que dependendo do processo de evolução das investigações nesta área, no futuro uma parte da energia usada na Terra - e no espaço - poderá ter por base este sistema de redirecionamento.

Um conjunto de satélites colocados a 36 mil quilómetros da superfície terrestre fariam a recolha e distribuição da energia. No entanto a JAXA admite que só daqui a três décadas é que será possível ter este sistema como uma fonte regular de energia.

O Japão tem especial interesse em novas formas de energia já que o seu território não tem combustível fóssil em abundância e o país está à procura de uma alternativa à energia nuclear depois do desastre registado em Fukushima em 2011.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico