(Atualizada)

A Samsung é suspeita de ter manipulado os resultados relativos ao consumo energético de alguns dos seus televisores. Quem avança com o relato é o jornal The Guardian que cita um estudo independente realizado pelo grupo de pesquisa ComplianTV.

O artigo refere que na “vida real”, isto é, numa utilização no dia a dia, alguns televisores da Samsung consomem mais energia do que aquela que consta na ficha do produto - e que tem por base os testes realizados pela própria tecnológica.

O caso está a ganhar maior mediatismo pois surge ainda em pleno Dieselgate - a Volskwagen manipulou os resultados de emissões de gases de 11 milhões de veículos, naquele que é um dos maiores escândalos de sempre da indústria automóvel e que já levou à saída do CEO do grupo alemão.

Mas no caso dos televisores, a Samsung foi rápida a reagir. Em causa está a tecnologia Motion Lightning que alegadamente reduz o consumo energético em determinados conteúdos - por exemplo, em imagens que são reproduzidas em câmara lenta. Sempre que esta tecnologia é ativada, o televisor diminui o brilho para poder lidar melhor com a informação que tem de processar. Isto por sua vez leva a um menor consumo energético.

Mas os testes realizados pela ComplianTV apontam que em cenários de utilização real as reduções nos consumos energéticos não se verificam - pelo menos nos níveis que a Samsung anuncia.

“Não há qualquer comparação [com o caso da Volkswagen]”, disse um porta-voz da Samsung ao jornal britânico. Em comunicado a empresa afirma mesmo que "A funcionalidade “motion lighting” é parte de uma série de funcionalidades que desenvolvemos para ajudar a reduzir o impacto ambiental da nossa tecnologia de TV. Estamos orgulhosos destas tecnologias e temos a intenção de inovar ainda mais nesta área". Mais informações foram entretanto publicadas num post no blog oficial.

As críticas não são no entanto só para a Samsung, com o grupo de estudo a dizer que a Europa tem regras demasiado “benevolentes” a este nível.

A Comissão Europeia já disse que vai verificar as alegações contra a tecnológica com o fim de perceber se existem fundamentos para as preocupações levantadas.


Nota da Redação: A notícia foi atualizada com informação do desmentido oficial.