Os representantes dos partidos do Governo, CDS e PSD, aproveitaram o encontro para listar os programas e iniciativas que ao longo dos últimos anos o executivo tem vindo a implementar ou a afinar, no caso das iniciativas que já estavam no terreno promovidas por governos anteriores. Mónica Ferro e Paulo Almeida, do PSD e CDS respetivamente, sublinharam ainda que o programa de racionalização de custos na AP já permitiu poupanças de 147 milhões de euros.

O software livre é uma das áreas visadas neste programa e teve espaço de destaque no debate, com João Sá dos Verdes e Miguel Tiago do PCP a defenderem a necessidade de uma utilização mais forte desta alternativa na AP, mas também a considerarem que são necessárias medidas que fomentem a sua utilização de forma genérica na sociedade.

Miguel Tiago defendeu que a mudança deve acontecer nas escolas onde hoje se “aprende Microsoft” e “não se aprende informática”. O deputado considera que um dos maiores obstáculos à utilização do software livre está na pouca familiaridade dos utilizadores com produtos alternativos ao software da Microsoft e isso devia ser alterado logo na formação escolar, porque tem riscos e contribui para limitar o mercado.

“Estamos a criar uma geração de consumidores de hardware e software que não tira partido do potencial da tecnologia”, sublinhou Miguel Tiago, destacando que hoje não sabemos manipular linguagens de programação. Sabemos usar programas proprietários em que não podemos mexer porque é proibido e há consequências legais para isso.

Estas restrições, defendeu ainda o representante do PCP, não impedem apenas que produtos que já existem sejam melhorados, mas também impedem que sejam desenvolvidos produtos em áreas que não interessem às empresas, do ponto vista económico. Uma lógica que aplica ao software, mas também aos serviços de telecomunicações e outros.

Os representantes do PSD e do CDS sublinharam que as medidas públicas têm procurado fomentar a utilização do software livre em algumas áreas e deram o exemplo do Mapa do Cidadão, recentemente lançado.

O crescente uso das TIC na vida profissional (como a banalização dos telemóveis de empresa, por exemplo) e o impacto que isso tem noutras esferas da vida do cidadão, também foi alvo de debate, com Porfírio Silva, deputado do PS, a sublinhar o tema e a considerar que não estamos a tirar o valor devido da tecnologia se não conseguirmos promover um equilíbrio bem conseguido entre aspetos sociais e profissionais. Também considerou que o tema “levanta mesmo questões em relação à qualidade do trabalho”. “A capacidade de criar redes não é só tecnológica é também social” e implica uma evolução aos níveis, frisou o deputado, num encontro que não contou com a presença do Bloco de Esquerda.

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