O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, admitiu que algumas das centrifugadoras usadas no programa nuclear do país foram sabotadas por um ciberataque perpetrado por "inimigos do Irão", numa alusão ao vírus Stuxnet.

A versão oficial anterior era a de que o vírus chegou a atingir o sistema informático, mas tinha sido detido antes de chegar ao seu objectivo final. O presidente iraniano vem agora dizer que o Stuxnet desactivou várias centrifugadoras usadas para produzir urânio enriquecido, mas com efeitos limitados.

"Eles conseguiram, de maneira limitada, desactivar várias centrifugadoras, mas detivemos o processo e já não poderão voltar a fazê-lo", declarou o presidente, durante uma conferência de imprensa, citado pela AFP.

O Stuxnet circula há alguns meses e a tese de que terá sido concebido para atacar equipamentos como os que o Irão usa para enriquecer urânio ganha ainda mais forma com as declarações de Mahmoud Ahmadinejad. A Symantec também já tinha publicado um estudo sobre o vírus que aponta para a mesma conclusão.

Um relatório recente da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) também indicava que as centrifugadoras de Natanz - as instalações supostamente afectadas - estiveram paradas "pelo menos durante um dia" a 16 de Novembro, ainda que as autoridades iranianas tenham referido que essa paragem esteve relacionada com trabalhos de manutenção.