A partir de hoje, o Deucalion passa a estar disponível à comunidade académica, empresas e administração pública. Trata-se de um supercomputador petascale, capaz de executar um desempenho máximo de 10 Petaflops, ou seja, 10 milhões de biliões de cálculos por segundo.
O Deucalion vai permitir acelerar a produção de ciência e inovação de excelência em Portugal em domínios como a IA, medicina personalizada, design de fármacos e novos materiais, observação da Terra e dos oceanos, combate às alterações climáticas e fogos, criação de smart cities, ordenamento do território, mobilidade de veículos autónomos, entre outras áreas.
Veja na galeria imagens do Deucalion:
A máquina utiliza a mesma tecnologia ARM do Fugaku, considerado como o supercomputador mais rápido do mundo. A capacidade do Deucalion será complementada por mais quatro supercomputadores petascale EuroHPC a serem instalados no Luxemburgo (MeluXina), Eslovénia (Vega), República Checa (Karolina) e o Bulgária (Discoverer). Há também mais três supercomputadores pre-exascale EuroHPC localizados na Finlândia (LUMI), Itália (Leonardo) e Espanha (MareNostrum5).
O projeto Deucalion foi criado em conjunto entre Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e da empresa comum europeia EuroHPC, num investimento de 20 milhões de euros e está instalado na Universidade do Minho. O novo supercomputador resulta de um esforço conjunto cofinanciado pela FCT, pelo Fundo de Apoio à Inovação, o Fundo de Eficiência Energética, os Fundos Estruturais Europeus da Região Norte de Portugal, o Município de Guimarães e a EuroHPC JU que contribuíram com 6,95 milhões de euros.
“A Rede Nacional de Computação Avançada é crucial para apoiar a comunidade académica, científica e empresarial, de forma que todos tenham acesso a recursos computacionais que permitam novos avanços científicos e desenvolvimento de produtos inovadores", destacou Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A Ministra acrescenta que além de ser fundamental para responder às crescentes necessidades de processamento de grandes volumes de dados, uma vez que o Deucalion multiplica por dez a capacidade de computação nacional. "Este vai permitir a execução de simulações complexas e análises de dados de grande escala, com impacto tangível em áreas como a genómica, física, química, materiais, farmacêutica, energia, espaço, finanças e manufatura", acrescenta.
Segundo Madalena Alves, presidente da FCT, o supercomputador está preparado para apoiar mais de 200 projetos por ano. "A computação de alto desempenho apresenta custos elevados. Esperamos que a disponibilização de um recurso acessível a todos os investigadores, instituições e mesmo empresas impulsione a competitividade da ciência e tecnologia desenvolvida em Portugal", refere. Madalena Alves refere que a FCT aprovou, entre 2020 e 2023, 384 projetos de computação avançada. E que a mais recente edição de concursos bateu o recorde de 140 projetos aprovados. A FCT salienta que vai lançar concursos de acesso à sua infraestrutura, estando também previstos programas específicos de apoio a PMEs.
O supercomputador é inaugurado hoje, às 14h30, na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, em Guimarães.
Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação.
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