A Toshiba vai autonomizar o seu negócio de PCs. Após duas revisões de resultados em baixa, efectuada para este negócio ao longo de 2003, a empresa tomou a decisão que encara como única forma de recuperar o lugar já ocupado no mercado, avança uma notícia publicada pela Reuters.




"Na Europa esta mudança não terá consequências, uma vez que a Computer Systems era já uma divisão independente que manterá a sua actual estrutura e organização de service, marketing e vendas", explicou ao TeK João Amaral, Country Manager da empresa para Portugal.




O responsável explica que "as alterações anunciadas vão verificar-se ao nível do Digital Products Group da Toshiba Corporation, uma reestruturação para optimizar custos de operações de forma a beneficiar os clientes que poderão continuar a adquirir qualidade e fiabilidade Toshiba a preços mais competitivos".




Na área de PCs os principais concorrentes da Toshiba são a HP ou a Dell que ultrapassaram a Toshiba às custas de agressivas politicas de preços. No mercado de notebooks, por exemplo, a Toshiba manteve o primeiro lugar do ranking de vendas durante sete anos consecutivos, até 2000.




Actualmente o cenário é bem menos optimista com previsões de perdas para o ano fiscal concluído em Março de 2004 na ordem dos 196 milhões de dólares, contra uma previsão inicial de lucros de 200 milhões de dólares.




A separação formal da unidade de PCs deverá ocorrer no dia 1 de Janeiro do próximo ano, uma altura aguardada com expectativa por investidores e analistas que consideram este um primeiro passo para uma reestruturação necessária da empresa. Muitos destes observadores defendem que as alterações deveriam começar pelas áreas mais rentáveis (como a de discos rígidos) que, segundo esta opinião, deveria ser dotada de maiores recursos para competir no mercado.




A primeira intenção de reestruturar a divisão de PCs, a nível mundial, foi anunciada pela companhia em Setembro deste ano e previa a redução da força de trabalho em 500 pessoas, aumento do peso do outsourcing, em cerca de 30 por cento, normalização de determinadas partes da produção e redução das plataformas de produção.




Contudo, estas primeiras medidas não se mostraram suficientes. Analistas consultados pela Reuters consideram que as medidas a levar a cabo pela empresa terão de ser bastante severas para que a Toshiba seja bem sucedida nos seus objectivos. Os especialistas apontam a possível necessidade de alienar determinadas partes da produção, aumentar as vendas directas, a produção em outsourcing, entre outras.



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