A Universidade da ONU, com sede na Alemanha, apresentou um relatório onde sugere que os europeus comecem a reciclar cerca de 60 por cento dos pequenos aparelhos - como MP3, secadores de cabelo e outros - e 75 por cento dos de maior dimensão - frigoríficos e máquinas de lavar - de forma a que seja possível obter 5,3 milhões de toneladas de resíduos electrónicos na União Europeia até 2011, ao invés dos 2,2 milhões de toneladas recolhidas actualmente.



De acordo com os dados recolhidos pela instituição, nos dias de hoje, apenas 25 por cento dos electrodomésticos e 40 por cento aparelhos electrónicos são reciclados, enquanto que os aparelhos de pequena dimensão, como os secadores de cabelo ou os MP3 registam uma taxa de reciclagem quase nula.



O texto enviado à imprensa surge como um apelo "à necessidade de harmonizar as disposições regulamentares" dos 27 Estados-membros da União Europeia através da sensibilização dos consumidores, já que actualmente são poucos os que levam a cabo práticas amigas do ambiente.



Ruediger Kuehr, responsável pelo relatório, indica que os desperdícios electrónicos devem aumentar entre 2,5 a 2,7 por cento todos os anos, passando das 10,3 milhões de toneladas de 2005 para as 12,3 milhões de toneladas de resíduos produzidos em 2020.



A directiva europeia sobre e-waste (resíduos electrónicos), estabelece o objectivo de recolha de 4 quilogramas por pessoa, embora a análise da ONU revele "grandes diferenças" face às percentagens reais na UE e assegure que esses valores actuais supõem um desafio para os novos membros.



Para Jaco Huisman, um dos autores do estudo, a prioridade máxima ambiental deveria ser o "controlo dos clorofluorcarbonetos, ou CFC, dos velhos frigoríficos", cujos componentes "destroem a camada do ozono".



O responsável indica que elevar o índice de reciclagem dentro da UE, dos actuais 27 por cento para os 75 por cento, reduziria as emissões de 34 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera.



Pelas contas apresentadas na análise, os custos da recolha e tratamento de resíduos ascenderam aos 760 milhões de euros em 2005 e que, se a tendência se mantiver, esse gasto deverá chegar aos 3 mil milhões de euros em 2020.



Por fim, o texto da ONU sugere que a Comissão Europeia sensibilize os estados a incentivarem os seus cidadãos a reciclarem pelo bem do ambiente e para o cumprimento das regulamentações em vigor.



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