Os efeitos da dependência do jogo podem ser tão devastadores quanto o consumo de álcool ou de drogas ilícitas, considera o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, que acaba de publicar um conjunto de orientações para os profissionais que tratam estes comportamentos aditivos.

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A procura da adrenalina associada ao jogo pode pôr em risco o emprego, as relações sociais e familiares, provocar isolamento e falta de disponibilidade afetiva, escreve o jornal Público, citando as linhas orientadoras para a perturbação de jogo, disponibilizadas pelo SICAD.

O serviço compara os sintomas de privação aos reportados por indivíduos dependentes de substâncias, “nomeadamente os observados na dependência de álcool”. Os viciados em jogo devem por isso ser tratados na rede pública, como qualquer dependente de álcool ou de drogas ilícitas.

O SICAD nota que em muitos dos videojogos “são incorporados elementos de aleatoriedade e manipulação do utilizador, cuja natureza é semelhante à de slot machines, jogos de mesa ou apostas”.

Trata-se, afinal, de uma patologia aditiva, que, ainda que sem substância, envolve os circuitos e as regiões cerebrais tipicamente envolvidos nos demais comportamentos aditivos e dependências, indica o serviço.

“Também no jogo a deterioração psicossocial tende a agravar-se, não apenas nas situações de jogo a dinheiro como naquelas que, frequentemente, isolam o indivíduo da relação com o meio envolvente, como o caso do jogo online”, sublinha o SICAD.