Está a ser montado no instituto politécnico e universitário Virginia Tech um cluster de 1.100 computadores capaz de efectuar 10,3 triliões de operações por segundo. O projecto está a ser realizado por uma equipa constituída essencialmente por estudantes e concorre à terceira posição do ranking mundial dos supercomputadores.



O G5 Power Macs, ou "Big Mac" como os estudantes o chamam, está avaliado em sete milhões de dólares, um valor significativamente abaixo do custo dos supercomputadores que normalmente os laboratórios utilizam na área da meteorologia, simulação de armas, testes a medicamentos ou outros projectos de complexidade semelhante.



"É realmente muito impressionante", afirma Jack Dongarra, professor de ciência informática na Universidade do Tennessee que elabora a lista anual dos 500 supercomputadores mais rápidos do mundo, citado pela Associated Press. "Estão agora a competir em termos de desempenho com as nossos mais avançados recursos de investigação".



Dongarra, que apresentará a lista de 2003 no próximo dia 17 de Novembro, prevê que o Big Mac só seja ultrapassado pelo Earth Simulator Center do Japão - com um custo associado de 250 milhões de dólares e capaz de efectuar 33,9 triliões de operações por segundo - e por um computador do Los Alamos National Laboratory - capaz de 13,9 triliões de operações por segundo e com um custo associado de 215 milhões de dólares.



Cada um dos 1.100 Macs tem dois microprocessadores PowerPC 970 da IBM, de 64 bit. Os processadores estão ligados por uma rede de alta-velocidade Infiniband que lhes permite o apuramento de grandes cálculos e analisar cada parte ao mesmo tempo.



Alguns peritos acreditam que o negócio dos supercomputadores não terá que temer uma nova geração de rivais "feitos-em-casa". Segundo Ed Seidel, que supervisiona um cluster na Louisiana State University, "estes clusters têm os seus problemas". "Sabe quantas vezes falha um PC normal? Pense em 1.000 computadores. De qualquer modo os sistemas de construção costumizada são mais fiáveis em certas alturas, já que foram concebidos como supercomputadores", declarou à Associated Press.



Dan Powers, vice-presidente da estratégia de computação em grelha da IBM, afirma não estar preocupado com o facto dos futuros clusters de PCs ameaçarem a venda dos supercomputadores tradicionais. Powers lembra que o projecto Big Mac necessitou de muito trabalho que uma instituição como o Virginia Tech foi capaz de arranjar gratuitamente.



O vice-presidente da estratégia de computação em grelha da IBM defende que a maior parte dos utilizadores de supercomputadores preferem pagar 100 mil ou 10 milhões de dólares por uma máquina do que tentar construir uma por sua própria iniciativa.



Varadarajan e a sua equipa passaram as últimas seis semanas a correr programas de teste de modo a ensinar ao Big Mac a pensar mais depressa. O supercomputador já somou mais de cerca de três triliões de operações por segundo ao seu nível de desempenho inicial.



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