Quando colocar nas lojas a próxima versão do seu sistema operativo a Microsoft colocará na Europa uma versão diferente do produto. No velho continente o produto será comercializado sem o Internet Explorer. A decisão, anunciada ontem, tem como objectivo evitar questões regulatórias que possam resultar em novas multas para a empresa, ou atrasos no lançamento do produto na região.
A Microsoft está neste momento a ser alvo de uma investigação na Europa que visa precisamente avaliar os impactos da integração do Internet Explorer no Windows, na sequência de uma queixa da Opera. O último episódio deste processo deveria ter acontecido há dias com uma audiência da empresa na Comissão Europeia, para expor os seus argumentos. Por dificuldades de agenda a reunião acabou por não se realizar mas o processo continua.
Em 2004 foi conhecido o desfecho de um caso idêntico que levou as autoridades europeias da concorrência a analisar durante cinco anos se a Microsoft disponibilizava ou não informação suficiente para que outros fabricantes integrassem as suas aplicações no software da gigante norte-americana e se era ou não legítimo que a empresa vendesse o Windows com o software Media Player integrado.
Nesta altura, a CE deu razão aos queixosos e obrigou a Microsoft a vender uma versão do Windows sem Media Player, ao que se juntou uma multa de quase 500 milhões de euros e outras medidas.
"Estamos empenhados em lançar o Windows 7 na Europa ao mesmo tempo que no resto do mundo, mas devemos cumprir com as leis europeias da concorrência quando o fizermos", explicou Dave Heiner, conselheiro-geral da empresa numa declaração.
"Tendo em conta o processo pendente decidimos que em vez de incluir o Internet Explorer no Windows 7, na Europa vamos oferecê-lo separadamente", acrescentou o mesmo responsável, que também garante maior facilidade de integração de soluções de browser alternativas para outros fabricantes e para o consumidor.
A Comissão Europeia já comentou a decisão da Microsoft mostrando-se reticente. Um porta-voz também referiu que se a CE concluir na sua investigação que há abuso de posição dominante da Microsoft quando integra o Internet Explorer no Windows, pode estar mais em causa a disponibilização ao consumidor de várias alternativas do que a eliminação de qualquer alternativa. A posição é a que também se destaca na declaração entretanto divulgada pelo organismo, reagindo ao anúncio.
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