Quase todos os países do mundo estão a desenvolver ou a testar versões digitais das suas moedas. Um estudo da Atlantic Council revela que 134 países estão a trabalhar neste assunto, o equivalente a 98% da economia global.

Destes, 68 países seguem já numa fase avançada dos seus projetos de criação de uma moeda digital emitida pelo respetivo banco central (CBDC -Central Bank Digital Currency), que pode ser de desenvolvimento, piloto, ou lançamento. Neste grupo estão todos os países do G20, com exceção da Argentina.

Com pilotos em curso estão 36 moedas digitais, incluindo o euro, mas também as versões digitais das moedas do Brasil, Japão, Índia, Austrália, Coreia do Sul, África do Sul, Rússia e Turquia,com pilotos em fases mais avançadas. Bahamas, a Jamaica e a Nigéria lançaram já as suas próprias moedas digitais.

O projeto de maior dimensão e em fase de testes mais avançada está na China, com o Yuan digital, que chega já a 260 milhões de wallets em 25 cidades. Nos últimos dois anos os chineses têm podido experimentar as vantagens do e-CNY em diferentes serviços. No estudo são dados alguns exemplos, como a saúde ou a aquisição de combustível. Não há informação sobre a possível data de lançamento oficial da moeda, pós-piloto.

Embora a maior parte dos países continuem a avançar com cautela nesta área, o estudo também deixa evidente o grande interesse no tema, ao lembrar que em maio de 2020 só 35 países exploraram a possibilidade de ter uma moeda digital.

Refere-se também que na vertente grossista das transações com moedas digitais oficiais os trabalhos entre países duplicaram desde a invasão da Rússia na Ucrânia e o início das sanções que se seguiram.

Estão neste momento em marcha 13 projetos com estas características, entre os mais relevantes destaque para o mBridge, que liga China, Tailândia, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos e que este ano passará a envolver mais 11 países. A cooperação entre os países que fazem parte do bloco conhecido como BRIC (fundado pela China, Índia, Rússia e Brasil) também é destacada.

O detalhe dos projetos em marcha, por área geográfica estão disponível no site do Atlantic Council.