O baixo nível de escolaridade da população com mais de 25 anos, 80 por cento dos quais não completaram o segundo ciclo do ensino básico, coloca um desafio maior a uma Sociedade que se quer do Conhecimento e que tem de fomentar a aprendizagem ao longo da vida. No primeiro painel da manhã de hoje no 14º Congresso da APDC os oradores defenderam que é preciso aumentar os níveis de formação e que isso terá de ser feito com parcerias entre público e privado, envolvendo toda a Sociedade Civil.

Para responder ao desafio de massificar a formação e certificação na Sociedade Civil, Diogo Vasconcelos, gestor da UMIC, desfia as empresas, a administração publica e as associações e mesmo os trabalhadores a participar em novas estratégias, garantindo a competição pela qualificação para concorrer não só com os Estados Unidos mas com a China, Japão e Coreia.

Temos de ser capazes de querer continuar a aprender, uma área onde reconhece Diogo Vasconcelos reconhece um grande défice em Portugal

Para mobilizar o país em volta deste desafio da educação, José Tribolet, presidente do INESC, aposta na Sociedade Civil e não no Ministério da Educação. “Acho que devíamos abolir o Ministério da Educação durante 5 anos e depois criávamo-lo de novo para o queríamos fazer”, desafia.

Mas José Tribolet deixa ainda um outro conceito, o das “SCUTS educativas”, um projecto de parteneriado entre entidades públicas e privadas com objectivos comuns para desenvolver a formação em Portugal. “O problema não é falta de dinheiro porque estes investimentos são altamente rentáveis e já se provou que para projectos bem feitos não há falta de financiamento”, justifica ainda.

As tecnologias da informação e comunicação trazem meios extraordinários de colaboração e ensino à distância, que podem ser aproveitados desde que as pessoas tenham as bases de conhecimento e o treino para trabalhar em conjunto, acrescenta José Tribolet.

Nesta área Diogo Vasconcelos lembrou alguns dos projectos desenvolvidos pela UMIC, entre os quais a Biblioteca do Conhecimento online (B-on) que vai triplicar os conteúdos no próximo ano, a ligação das escolas do ensino básico e secundário em banda larga e a criação da disciplina TIC nas escolas secundárias.

Defendendo que todas as disciplinas se devem transformar em disciplinas TIC, integrando no plano curricular a utilização de formas de aprendizagem mais interactivas, Diogo Vasconcelos lembrou porém que as TIC não são o “milagre” para motivar os alunos, mas que é preciso transformar todas as escolas em navegadores do conhecimento. Como instrumentos fundamentais aponta a ligação em redes de banda larga, acesso a conteúdos de conhecimento, instalação nas salas de aula de smartboards interactivos a possibilidade de todos os professores terem um PC próprio.

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