A ligação do comércio electrónico às redes sociais é uma das tendências definidas pelos "gurus" para aumentar a compra e venda online, tirando partido da apetência e do interesse dos utilizadores que passam muito tempo em serviços como o Facebook. O conceito foi também abordado na tese de Mestrado de Marco Barbosa, que do papel passou para o terreno, ou melhor para o Facebook, onde a aplicação Bewarket já conta com mais de 2.300 fãs.

Dentro do Facebook a aplicação portuguesa não está sozinha e tem vários concorrentes, como o Marketplace e o ShoppingMall, mas a lista cresce se olharmos para todos os sites de classificados e compra e venda de produtos entre particulares, uma "liga" onde entre o CustoJusto, o Coisas.com, o Leiloes.net e o olx.pt, ou mesmo o líder do segmento, o eBay.

Da vontade de desenvolver a ideia até ao lançamento da versão beta, em janeiro deste ano, passou um ano durante o qual o conceito foi sendo reforçado e procurando parcerias, para desenvolvimento e investimento de capital.

Depois de "muita luta, choro, alegrias, apoio, motivação e quase desistência" estava encontrado um parceiro de desenvolvimento de software, a Sétima, e conseguido o financiamento através de amigos e familiares que acreditaram e decidiram investir na ideia. E ainda novos membros para a equipa, explica Marco Barbosa ao TeK.

Ainda sem sair da versão beta, mas com mais estabilidade, a aplicação continua a somar utilizadores, especialmente portugueses, mas Marco Barbosa garante "temos já um número considerável de pessoas do Brasil, EUA, UK e Angola", sendo que os objetivos são naturalmente de internacionalização da ideia.

Para já encontram-se ainda ofertas localizadas de casas, carros, telemóveis, vestuário e calçado, mas está prometida para breve a troca de serviços e produtos, onde podem entrar empresas e utilizadores individuais, apesar do modelo estar focado no C2C.

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A venda por parte de empresas está a ser também explorada, com a possibilidade de uma empresa ou loja criar um espaço de vendas e exportá-lo para qualquer página de fãs ou website sem custos nem limitações, explica o criador do projeto. "De qualquer forma a lógica de negócio B2C ainda está a ser melhorada de acordo com o feedback que temos recebido por parte destas entidades", admite.

Para os fundadores a rentabilização da ideia vem de uma comissão sobre o valor de venda (3%) caso o sistema de pagamento usado seja o PayPal. Quanto o pagamento é feito com outros sistemas não há qualquer cobrança, mas já estão a ser pensados outros modelos. "Já temos mais formas de rentabilização pensadas, mas precisamos de público e de um elevado número de utilizadores", afirma Marco Barbosa.

Enquanto a utilização da aplicação vai crescendo com o habitual sistema de "passa palavra" do Facebook, já estão a ser planeados os próximos passos, com a criação de novas funcionalidades e melhoramentos definidos até ao fim de 2014. "Posso adiantar que dentro deste planeamento, temos coisas como as trocas, a venda de serviços e software, as compras em grupo e uma nova lógica de leilões, a que chamamos de 'leilões invertidos'", adianta o criador da Bewarket.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador