A Autoridade da Concorrência divulgou um novo estudo sobre o mercado da Banda Larga em Portugal que confirma o cenário negro que já havia sido traçado em Julho aquando da publicação do relatório anual daquela entidade. Este novo estudo, realizado pela Arthur D. Little, indica que Portugal se mantém na cauda da Europa e que a evolução do uso da banda larga será lento, atingindo os 50 por cento de penetração apenas em 2010.



A velocidade garantida e a inovação nos serviços estão também abaixo da média na Europa, apresentando o mercado características de fragilidade que podem "pôr em causa todo o ritmo de desenvolvimento e adopção massiva da banda larga", indica o documento.




Entre os principais inibidores do crescimento do acesso em banda larga são apontados mais uma vez os preços de acesso, o nível da concorrência, as infra-estruturas de acesso e a penetração de PCs, para além da iliteracia digital e a regulação, nomeadamente os atrasos ao nível da liberalização do lacete local.



O relatório da empresa de consultoria junta vários dados recolhidos em 2004 com informação resultante de um inquérito a operadores nacionais, apresentando informação comparativa da situação em Portugal com outros países da UE.



A previsao de que Portugal atinja uma penetração de 50 por cento do acesso à Internet em Banda Larga, um estágio de desenvolvimento já maduro, não retira o país da lista dos mais atrasados, acrescenta o relatório. Nessa data os países que agora se encontram mais adiantados terão continuado a progredir, duplicando em muitos países asiáticos e europeus e chegando perto dos 90 por cento em diversos casos.

Sem deixar recomendações, a análise aponta apenas diversos exemplos de como noutros países europeus as medidas de estímulo à concorrência permitiram melhorar o acesso à Internet em banda larga, a par com iniciativas de promoção desta tecnologia. Para Portugal fica ainda a esperança de que o desenvolvimento do PowerLine e do BWA permitam ultrapassar as barreiras que dificultam o crescimento deste acesso.



Recorde-se que as mais recentes iniciativas governamentais na área da Banda Larga, designadas "Ligar Portugal", definiam como meta triplicar em cinco anos o número de famílias com ligação de maior velocidade, garantindo uma penetração na ordem dos 60 por cento.



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