Uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma plataforma que permite a gestão unificada de ambientes heterogéneos que suportam a Internet das Coisas (IoT na sigla inglesa). É explicado que se inicialmente a IoT dependia essencialmente de sensores físicos, atualmente utiliza dados de meios virtuais e sociais, o que torna a sua gestão complexa e daí a necessidade de simplificar através de uma plataforma.
Segundo a equipa da FCTUC, atualmente, o IoT permite ligar à internet diferentes tipos de sensores e ambientes, gerando dados de larga escala, exigindo sistemas que façam a gestão dessa informação. A plataforma criada permite controlar e monitorizar os dados, independentemente do tipo de sensor.
E existem diferentes sensores: reais, virtuais a partir de software, e sociais, designados por sensores humanos, que é a informação extraída das pessoas nas redes sociais. A questão que marcou o ponto de partida para o projeto foi: “Como podemos gerir de forma eficiente e eficaz diferentes tipos de fontes de dados de IoT?”, segundo Fernando Boavida, investigador e docente do FCTUC. Os cientistas tiraram partido de vários estudos sobre IoT realizados nos últimos 10 anos para procurar soluções capazes de responder à essa questão.
Segundo o investigador, há uma série de sensores de fontes diversas, que recolhem gigantescos volumes de informação que permitem medir, entre outras variáveis, temperatura, humidade e poluição atmosférica, mas também movimentos humanos, ambientes industriais, especialmente na indústria 4.0, e outros. E dá o exemplo dos smartphones, que são equipamentos com muitos sensores, que sem as pessoas se aperceberem, “medem tudo e mais alguma coisa”.
Na prática, a plataforma utiliza tecnologias amplamente adotadas em IoT para gerir sensores reais, apoiada por uma solução informática capaz de gerir as diferentes variações e analisar quais os melhores protocolos de gestão para maior desempenho. “Pegámos em protocolos e tecnologias utilizadas para gerir sensores reais, ajustando para sensores virtuais e sociais”, disse o investigador.
Os primeiros resultados demonstraram que a plataforma é eficaz, e representa mais um passo na evolução do IoT. Foi dado o exemplo de uma cidade inteligente, onde é necessário gerir diversos fatores, desde os ambientais (temperatura, poluição, humidade), ou os mais complexos, como a deslocação dentro da cidade. E também sociais, que basicamente é medir o nível de satisfação das pessoas. Tudo isso requer diferentes sensores, e aqui entra a plataforma da FCTUC para unificar a sua gestão.
A FCTUC diz que a próxima fase da investigação vai centrar-se na evolução dos sensores sociais, destacando-se como o maior desafio, porque os dados que se podem extrair são praticamente ilimitados. Extrair dados das redes sociais para os transformar em informação útil, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas é o objetivo, salienta.
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