Depois dos filmes, a Comissão Europeia quer agora estender as boas práticas a todo o tipo de conteúdos online. A intenção foi ontem comunicada por Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade da Informação, que prepara um documento estratégico sobre o assunto para apresentar ainda este ano.



Num discurso feito ontem na CeBIT, a responsável reconheceu a problemática da pirataria online mas defendeu a necessidade de criar regras que fomentem o desenvolvimento do mercado.



Viviane Reding admite que a não salvaguarda dos direitos de propriedade intelectual na difusão de conteúdos via Internet destrói valor, mas alerta para o facto destes serem vitais para alimentar os negócios dos operadores de rede que se não conseguirem obter o que precisam na Europa irão adquiri-lo noutros locais.



Para a comissária, o fomento do mercado não depende apenas de um sistema legal eficaz, mas de uma aposta clara dos produtores e dos fornecedores em produtos apelativos e de fácil utilização, que representem um valor acrescentado facilmente perceptível pelo utilizador.



Neste sentido, é necessário que "a indústria coopere nos standard abertos", ao invés de criar os "jardins envoltos em muros que alguns querem construir". Este tipo de estratégia, considera a responsável, "reduz o valor de uma economia em rede".



Para Viviane Reding, a forma de estar no mercado hoje terá reflexos amanhã. A resposta do consumidor é lenta e isso faz com que seja necessário avaliar mais do que "os efeitos de curto prazo".



Uma das provas desta adesão lenta, mas efectiva, às novas realidades da oferta de conteúdos é o mercado de publicidade que em 2005 valeu 850 milhões de euros e em 2010 deverá valer 2 mil milhões, graças sobretudo ao crescimento da publicidade online. Embora seja um impacto significativo, a publicidade online não contribui mais do que 6 por cento para o total do sector, sublinha a comissária.



Os vários factores e o potencial do mercado justificam, na visão da comissária, a capacidade de "reestruturação dos média para endereçar o desafio das novas tecnologias, novos mercados e novos modelos de negócio".



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