A indústria musical está a utilizar meios mais agressivos de combate na sua luta contra a pirataria online e os serviços de partilha de ficheiros via Internet, mediante a colocação de "ficheiros-armadilha" nas redes Peer-to-Peer, e a ponderar instaurar acções judiciais contra os utilizadores individuais desse tipo de serviços, de acordo com a Reuters.



Várias das maiores companhias discográficas recorreram a uma técnica que é conhecida por spoofing, mediante a contratação de empresas para distribuir "ficheiros-armadilha" que estão vazios, não funcionam ou que contêm ruído, com vista a irritar os cibernautas que pretendem fazer o download de filmes e músicas.



"O spoofing é apenas um exemplo de uma medida legal e apropriada de auto-ajuda ao alcance das empresas produtoras de discos para responder ao crescente problema da pirataria em redes Peer-to-Peer", afirmou uma porta-voz da Associação Norte-Americana da Indústria Discográfica (RIAA), citada pela agência de notícias.



A Overpeer, uma empresa de software sediada em Nova Iorque e financiada pelo SK Group da Coreia do Sul, é uma das firmas que está a ajudar a indústria a disfarçar os ficheiros online para impedir a partilha não autorizada de obras protegidas pelos direitos de autor.



As fontes contactadas pela Reuters afirmam ainda que a RIAA está a considerar processar indivíduos que utilizam este tipo de serviços, em vez das companhias que os alojam. Caso se concretizem, as acções terão como principal alvo os utilizadores conhecidos por supernodes, que recolhem o maior número de ficheiros e que, em troca, se tornam numa forma de directório centralizado para a partilha online de músicas.



Alguns analistas referem que, para tal, as empresas do sector vão necessitar da ajuda dos fornecedores de acesso à Internet para identificar os infrigentes. Os ISPs teriam também que concordar em enviar mensagens intimidatórias.



Enfrentando a mais grave descida de vendas numa década, a indústria musical culpa em parte a partilha ilegal de ficheiros para a quebra de cinco por cento na comercialização global de discos durante 2001 e por uma travagem continuada este ano.



De acordo com algumas fontes da industria contactadas pela Reuters, a ideia de processar os utilizadores individuais gerou uma controvérsia no seio das companhias discográficas, que no passado rejeitaram este método com receio de perderem os seus clientes. Uma das que mostrou dúvidas em relação a esta proposta foi a Warner Music, ao passo que a EMI e a Universal Music foram fortes apoiantes.


Notícias Relacionadas:

2001-10-10 - Companhias discográficas e editoras chegam a acordo sobre música online

2000-09-20 - MP3 - Estudante americano na mira da polícia