Chegou hoje ao fim a primeira edição da Cimeira sobre Sociedade da Informação, com os 170 países participantes a assinarem uma declaração de princípios com 29 pontos, correspondentes a planos de acção que deverão contribuir para estender aos países pobres a Internet e os benefícios das tecnologias da Informação.
Esta declaração de princípios enfatiza a importância do uso das telecomunicações, da Internet, dos telemóveis e da tecnologia em geral no desenvolvimento da economia mundial e no crescimento dos países mais pobres. Ao mesmo tempo responsabiliza os governos de cada país participante a agir de acordo com alguns princípios: a tecnologia é um veiculo de desenvolvimento da sociedade e crescimento económico; só o acesso generalizado à tecnologia à tecnologia poderá produzir efeitos em determinada sociedade, são ideias implícitas no conjunto de pontos assinados pelos responsáveis.
É um documento orientador com poucas medidas práticas. Como diz Pascal Couchepin, chefe de Estado suíço "esta declaração representa uma espécie de constituição da Sociedade da Informação que deverá conter uma dimensão social e contribuir para o desenvolvimento", afirmou o anfitrião do encontro.
Na Cimeira foram lembradas por diversas vezes as discrepância de recursos entre países ricos e países pobres, sem que no entanto isso comovesse os Estados com maiores recursos a aderirem ao Fundo Solidário Digital para dotar de meios os mais desfavorecidos.
Esta questão não chegou sequer a ser discutida na Cimeira já que as conversas preliminares deixaram clara a posição da maioria dos países. Ainda assim, a forma de reduzir o gap entre norte e sul esteve patente nos três dias de encontro.
A solução temporária para esta questão passa pela utilização dos recursos disponíveis, conforme acabou por concordar um membro das Nações Unidas, em declarações citadas pela Reuters. Este responsável admitiu que poderão ser usados os recursos disponíveis no Banco Mundial ou provenientes de outras fontes, até que sejam encontradas novas formas de financiamento.
Mark Mallock Brown, líder do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, acredita que estes fundos "deverão ser usados tendo em conta as carências ao nível da educação e da saúde, caso contrário será um desperdício de dinheiros públicos". É possível que as novas formas de financiamento não cheguem antes de 2005, altura em que se realizará a segunda parte da Cimeira, na qual os países vão discutir novamente o assunto.
O facto de apenas 10 por cento da população mundial estar ligada à Internet foi outro dos temas recorrentes da Cimeira. Aumentar o número de acessos é um dos principais objectivos dos planos aprovados dando prioridade a escolas, hospitais, bibliotecas e outros serviços públicos.
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