Está a aumentar o número de queixas de consumidores burlados por empresas que anunciam crédito fácil através de anúncios de jornal ou na Internet. A Deco já recebeu mais de 100 queixas e admite que a situação é preocupante, sobretudo porque tira partido do momento de vulnerabilidade que muitas famílias enfrentam a nível financeiro.

As propostas identificadas são relacionadas com supostas empresas que se propunham arranjar créditos para os seus clientes, tendo como alvo presumível pessoas que já não conseguem crédito junto dos bancos e de outras instituições de crédito especializado.

"Supomos que muitas destas empresas poderão ser das mesmas pessoas, aparecendo apenas sob denominações diferentes", explicou fonte associação de defesa do consumidor ao TeK.

Nestes esquemas os clientes tinham de adiantar uma quantia, entre 100 e 2 mil euros, e os créditos prometidos nunca apareciam. "As únicas quantias que mudavam de mãos eram as ditas comissões pagas à cabeça, que logicamente nunca eram devolvidas", refere a mesma fonte.

A associação admite que a situação é tão preocupante como outros esquemas de frade na Internet, porque o efeito prático é semelhante, agravado pelo facto de existir um aproveitamento da situação de especial vulnerabilidade em que se encontram muitas famílias, ao que se associa a grande dificuldade em obter crédito pela via tradicional.

A Deco aconselha os consumidores que se virem envolvidos em situações semelhantes, mesmo que a fraude não tenha sido efetivada, a reportar a situação às autoridade e também ao Banco de Portugal.

Para evitar este tipo de fraudes os consumidores devem verificar se a entidade que os abordou se encontra registada no Banco de Portugal, o que é obrigatório para todas as instituições autorizadas a conceder crédito em Portugal. O site do Banco Portugal tem uma lista que pode ser vista aqui.

Mesmo assim é de evitar o pagamento de qualquer valor enquanto não tiverem na sua posse documentos que atestem que o empréstimo se encontra aprovado, que deve ser emitido por uma instituição de crédito autorizada pelo Banco de Portugal.

A Deco lembra ainda que, de forma mais genérica, os consumidores deverão evitar considerar a contração de um empréstimo para efetuar o pagamento de dívidas pré-existentes, na medida em que apenas estarão a empurrar o problema para mais tarde, mas de uma forma mais agravada.


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