Dez deputados norte-americanos pediram à Comissão Federal do Comércio (FTC) para investigar o lançamento do Google Buzz - o serviço que acrescenta funcionalidades de rede social ao Gmail - por alegadas violações às leis que protegem a privacidade dos consumidores.
Os parlamentares, seis democratas e cinco republicanos, fazem parte do Comité da Casa do Comércio e da Energia e alegam que a forma como a Google lançou o Buzz expôs a terceiros informações privadas dos utilizadores do Gmail.
Num dos casos que serve de base à queixa, uma rapariga de 9 anos terá acidentalmente partilhado a sua lista de contactos no serviço de correio electrónico com uma pessoa cujo username está associado a processos relacionados com crimes sexuais, avançam os meios de comunicação internacionais que tiveram acesso ao documento, apresentado na sexta-feira e agora tornado público.
"Parece-nos que o elevado número de pessoas que viram a sua privacidade online, directa ou indirectamente, comprometida por ferramentas como esta, justifica o pedido de uma avaliação" por parte da FTC à forma como foi partilhada informação dos consumidores através do Google Buzz, explicam os responsáveis na carta enviada à comissão, citada pela PC World.
No documento, os deputados pedem às autoridades do comércio que questionem a Google a respeito de quatro questões, nomeadamente se a empresa tem intenção de mudar a política de privacidade do Gmail no que respeita ao consentimento dos clientes para partilha dos seus dados. Os parlamentares querem também ficar a saber se a empresa está a usar a informação partilhada através do Buzz para fornecer publicidade "personalizada".
Outra das questões levantadas prende-se com a compra da empresa de publicidade AdMob pela gigante das pesquisas, num esforço para perceber se a aquisição terá implicações ao nível do grau de privacidade dos utilizadores.
Este é o episódio mais recente da vasta polémica que tem envolvido o novo serviço da Google, desde que este foi lançado, em Fevereiro. As críticas levaram a que a empresa fosse introduzindo sucessivas alterações ao Buzz, na tentativa de aumentar o controlo sobre a privacidade dos dados dos utilizadores, mas isso não impediu que associações e consumidores tomassem medidas, com a primeira queixa por violação de privacidade a dar entrada nos tribunais logo uma semana após a disponibilização da nova rede social da Google.
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