A Eduke.me é uma plataforma de cursos online, para já maioritariamente focada em temas digitais, que garante acesso a novos conceitos a um preço acessível. Uma formação de email marketing, de primeiro e segundo nível, fica por 15 euros. Aprender a dominar as estatísticas e os separadores do Facebook custa 10 euros.

Estes são dois exemplos dos quase 20 cursos que podem ser encontrados na Eduke.me. O conceito do projeto pode parecer familiar a alguns leitores porque de facto o é: no estrangeiro existem plataformas semelhantes de sucesso significativo, caso do Coursera ou do Udacity. Mas faltava um negócio do género em português.

Pegando nestas premissas Paulo Gaudêncio decidiu dar vida a uma plataforma de ensino que tem como forma de comunicação o vídeo, para chegar a portugueses, mas também a brasileiros e africanos. Os mercados de língua portuguesa "lá fora" são uma das grandes minas de ouro que a Eduke.me quer explorar, muito também pelo facto de serem pouco fluentes em inglês.

A plataforma ainda está em fase beta e isso é prova de como o conceito está em fase de testes. Mas a primeira fase de fogo parece ter sido ultrapassada. Em conversa com o TeK, Paulo Gaudêncio admite que atualmente a Eduke.me chegou a um ponto de maturidade que já permite olhar para um crescimento mais exponencial.

Para isso a Eduke.me vai-se apoiar no boom que o conceito de empreendedorismo está a viver, aproveitando-se também da necessidade de muitas pessoas quererem aprender novos conceitos e novas estratégias para os desafios da era digital.

Atualmente a equipa de cinco elementos da plataforma está a trabalhar para aumentar a tipologia de cursos, sendo que os próximos vão-se tentar focar mais na área comportamental e motivacional, por forma a estimular o aproveitamento do talento dos utilizadores.

Mas há uma questão importante: como funciona o Eduke.me a nível de certificação? Paulo Gaudêncio reconhece que atualmente as empresas em Portugal podem não se deixar seduzir muito por um currículo que apresente competências aprendidas na Internet. E não é um espírito negativo que espante assim tanto, já que nos EUA só agora é que os cursos online começam a ganhar reconhecimento.

Para mudar esta tendência a Eduke.me apoia-se no reconhecimento que o mercado tem nas empresas dos formadores, e também está à procura de mais parcerias com agentes reconhecidos no mercado, como agências de comunicação e até universidades.

Sabendo que só agora é que o projeto chegou ao ponto em que os seus criadores o idealizaram, os 5.000 inscritos na plataforma e os 150 cursos vendidos são um sinal satisfatório. Mas a ambição é maior: 100 mil registos na Eduke.me até ao final do ano.

Paulo Gaudêncio admite os altos níveis de ambição da meta, mas garante que toda a equipa está a trabalhar a nível de parcerias para que o projeto seja conhecido, reconhecido e recomendado.

O crescimento também pode passar pela "viralidade". Para os que tiram cursos há ainda uma vertente de gamification - ao conseguir angariar novos utilizadores para a Eduke.me, a pessoa pode ficar com 15% do valor do curso que o novo utilizador vai comprar.

No curto prazo os internautas vão poder encontrar na plataforma novos cursos ligados a áreas que estão em voga tais como o mobile, o videomarketing e o storytelling. No futuro a Eduke.me também quer explorar mais os cursos numa vertente computer graphic, substituindo os oradores por um sistema de Q&A onde em vez de uma palestra os utilizadores têm acesso às perguntas mais frequentes de cada tópico.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico