Depois da RIIA ter endurecido a sua luta contra os utilizadores de programas de partilha de ficheiros na Internet, do lado de cá do Atlântico começa a assistir-se a movimentos semelhantes contra a cópia ilegal de ficheiros protegidos por direito de autor. Trinta e duas empresas de software espanholas apresentaram sexta-feira uma denúncia contra cerca de 95 mil utilizadores de serviços P2P junto da Brigada de Investigação Tecnológica da Polícia Nacional espanhola.
As empresas haviam encomendado ao gabinete de advogados Landwell-PricewaterhouseCoopers uma análise à partilha de ficheiros através de redes P2P que identificou milhares de internautas em situação ilegal, confirmou ao TeK Rute Loza, responsável pela comunicação e imagem da Landwell. A notícia foi divulgada na sexta feira e durante o fim de semana pelos meios de comunicação social espanhóis.
Sem querer identificar as autoras da queixa, para além da confirmação de que são empresas da área de software e associações, Rute Loza afirmou que estas querem ver investigados cerca de 95 mil utilizadores de serviços Internet em Espanha suspeitos de terem copiado ilegalmente milhares de ficheiros protegidos por direito de autor, desde música, vídeos, jogos e aplicações informáticas.
As empresas envolvidas na denúncia terão optado pela queixa por alegarem que os membros da brigada especial da polícia possuem os conhecimentos, experiência e instrumentos para desmascarar este crime e levá-lo perante os julgados. Porém, os dados entregues foram baseados em análises já realizadas à rede que lhes permitiu identificar utilizadores e modos de funcionamento.
O comunicado à imprensa distribuído pela Landwell afirma que esta é a primeira denúncia apresentada em Espanha, e provavelmente na Europa, contra os utilizadores P2P (peer-to-peer) por delitos na área da propriedade intelectual pela troca de programas através da Internet.
As empresas que sustentaram a queixa dizem ter conseguido identificar os utilizadores "piratas" através de aplicações de rastreio da rede. Ao todo estimam que terão sido trocados perto de 25 milhões de programas e ficheiros informáticos nos seis meses alvo de análise por uma equipa de especialistas, o que poderá ser avaliado em 85 milhões de euros de prejuízo.
Apesar de serem apontados 95 mil internautas como prevaricadores, os queixosos explicam que elaboraram um perfil de gravidade que lhes permitiu verificar que existem cerca de 4.000 utilizadores que já copiaram ilegalmente mais de 15 mil ficheiros. Entre estes utilizadores contam-se consumidores mas também empresas e alguns membros da administração pública espanhola.
Nota de Redacção:[2003-07-21 16:57:00] Esta notícia foi alterada depois de confirmação directa dos factos junto do gabinete de advogados que está a tratar do processo. Esse contacto não havia sido possível até ao momento da publicação da notícia que foi baseada inicialmente em informação divulgada por vários meios de comunicação social espanhóis.
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