As preocupações em redor da relação das crianças com a Internet têm tendência para ser ou exageradas ou demasiado simplificadas, e muitas vezes estão desatualizadas. Foi com esta preocupação que a equipa do EU Kids Online dedicou um capítulo do seu mais recente relatório a listar os 10 maiores mitos sobre os riscos online para os mais novos.

Entre os erros de raciocínio mais comuns está a certeza de que os nativos digitais "sabem-na toda" e o facto é que apenas 36% dos jovens entre os nove e os 16 anos referem ser "muito verdadeira" a expressão "Sei mais sobre a Internet do que os meus pais". A mesma frase é "parcialmente verdade" para 31% dos inquiridos" e "pouco verdade" para duas em cada três crianças entre os nove e 10 anos de idade.

Já a crença de que os menores de 13 anos não podem usar as redes sociais, por isso os pais ou os encarregados de educação não têm de se preocupar, cai por terra quando 38% dos jovens com idades compreendidas entre os nove e os 12 respondem que têm um perfil num serviço do género.

Outra das certezas que a equipa EU Kids Online está interessada em desmistificar é a de que pôr o PC na sala de estar diminui os riscos de segurança. Os responsáveis pelo estudo indicam que 53% dos jovens acedem à Internet em casa de amigos, 49% no seu quarto e 33% navegam a partir do telemóvel ou de outros dispositivos móveis.

Os "mitos" passam também por questões como o contornar das soluções de software de segurança, a pornografia ou o bullying, entre outras.

Em termos gerais, o relatório revela que os jovens entre os nove e os 16 anos usam a internet individualmente e em média passam 88 minutos por dia online.

O documento é resultado de um ano de entrevistas presenciais a 25.142 crianças e respetivos pais oriundos de 25 países europeus, com o objetivo de perceber riscos e oportunidades da internet.

De acordo com as conclusões apresentadas, 87% dos jovens usa a Internet em casa, e 63% a partir da escola.

Metade das crianças entrevistadas com idade entre os 11 e os 16 anos dizem que na Internet é mais fácil serem elas próprias, o que pode justificar que 30% mantenham contacto online com alguém que nunca conheceram pessoalmente.

No entanto, apenas nove por cento conheceram pessoalmente alguém com quem conviveram online e muito poucos revelam ter tido uma experiência traumática.

Escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico