Trinta por cento dos pais conta que os filhos já usaram os seus cartões de crédito ou débito sem consentimento e quase um terço (33%) dos que autorizaram a utilização verificou que as crianças gastaram demasiado dinheiro.

Nos casos em que os pais optaram por dar acesso às suas contas em sites de vendas online, mais de metade afirma que os menores usaram os dados para fazer compras sem a sua autorização.

Os dados são do estudo Norton Online Family Report, divulgado hoje pela Symantec. De acordo com a empresa de segurança informática, aumentaram também os casos de "cyberbaiting" - crianças que provocam os seus professores e capturam as suas reações angustiadas em vídeo, recorrendo aos telemóveis.

Ao que apurou a empresa, um em cada cinco professores já foi ou conhece um colega que tenha sido vítima de situações em que "os alunos começam por irritar e provocar um professor até o fazer reagir de forma angustiada, filmando o incidente com o telemóvel para depois o divulgarem online".

O fenómeno, classificado como "um dos mais chocantes exemplos da utilização das redes sociais para comportamentos incorretos", causa problemas à escola e ao professor. E pode ajudar a explicar que 67% dos professores considere um risco aceitar pedidos de amizade de alunos em redes sociais.

Oitenta por cento dos professores - e 70% dos pais - consideram que devia existir mais educação para a segurança online nas escolas. Recorde-se que quase 62% dos jovens entre os 8 e 17 anos entrevistados, em todo o mundo, afirmaram ter passado por alguma experiência negativa durante a utilização da Internet. Em 39% dos casos tratou-se de uma "experiência negativa séria, como receber imagens inapropriadas de estranhos, ser vítima de ciberbullying ou de cibercrime", detalha o relatório.

A análise, baseada em 19.636 inquéritos em 24 países, revela porém que os pais estão a estabelecer regras básicas para a utilização que ajudam os mais novos a terem uma melhor experiência de utilização da rede. Setenta e sete por cento dos pais entrevistados já criaram regras para o uso da Internet por parte dos filhos, verificando-se uma redução da percentagem de vítimas de dissabores online dentro desse grupo.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico