No centro da questão está a política de privacidade da empresa, que decidiu unificar os dados dos utilizadores em mais de 60 serviços, unificando regras, admitindo a partilha de dados entre serviços e deixando o consumidor sem opção de discordar da decisão.



Na perspetiva da Comissão Nacional de Informação e Liberdades, a medida atenta contra os direitos de privacidade dos utilizadores e também vai contra a legislação europeia em vigor para esta área.



Segundo informação divulgada pela organização na última sexta-feira, o processo aberto pela CNIL, logo após a entrada em vigor das novas medidas, avança agora para uma nova fase, durante a qual serão definidas as sanções a aplicar à empresa.



Em junho e após meses de investigação, a CNIL deu à Google um prazo de três meses para fazer ajustes à nova política de privacidade, de forma a colocá-la de acordo com a legislação francesa da privacidade. O prazo terminou e a empresa norte-americana não avançou com quaisquer alterações.



A política de privacidade da Google entrou em vigor em março do ano passado e, tal como aconteceu com alterações anteriores, foi alvo de forte polémica, com muitas vozes a considerarem que a empresa estava a limitar os direitos dos utilizadores, sobretudo no que se refere à exposição de dados pessoais a parceiros comerciais da empresa.



Recorde-se que a Google já foi alvo de uma multa aplicada pela CNIL, na sequência da investigação realizada por este organismo à recolha de informação sobre ligações Wi-Fi dos utilizadores residentes nas zonas onde a empresa recolheu imagens e informação para o serviço Street View. A multa aplicada em 201, na sequência deste processo foi de 100 mil euros, quase o valor máximo que o organismo pode aplicar (150 mil euros).



A Google enfrenta processos idênticos em Espanha, Reino Unido, França, Itália e Holanda.