Uma das maiores empresas de registo de domínios em todo o mundo anunciou planos para deixar de fazer novos negócios na China. A medida é uma reacção ao endurecimento das regras impostas pelo Governo a quem registar um site na Internet e também à suspeita de ataques com origem naquele país.


De acordo com as novas regras, quem criar um site na Internet terá de fornecer ao Estado fotografias, morada pessoal, endereço de email, número de telefone, informação empresarial, formulário de registo assinado à mão, entre outras informações.


Christine Jones, porta-voz da GoDaddy.com para os assuntos legais, explica que aceitando estas regras, a empresa assumiria uma espécie de papel de funcionária do Estado chinês, para o qual não está disponível.


Além disto, a GoDaddy.com também assumiu suspeitas de ataques com origem na China. Numa audição ontem perante o Congresso norte-americano, a responsável admitiu que durante os três primeiros meses do ano a empresa conteve dezenas de tentativas de ataque "extremamente sérios", com origem aparente na China.


A mesma responsável também defendeu que a China "está focada no uso da Internet para monitorizar e controlar as actividades legítimas dos cidadãos, em vez de penalizar aqueles que cometem crimes relacionados com a Internet", cita a Reuters.


De referir que mesmo que avance com a medida, a empresa do Arizona pretende continuar a dar suporte aos clientes que já mantêm no país e que também deverão ser abrangidos pelas novas regras de prestação de informação.


A GoDaddy.com administra mais de 40 milhões de domínios. Da sua oferta faz parte o sufixo .cn, desde 2005. Anuncia a intenção de travar negócios na China dias depois da Google ter passado a direccionar o seu serviço de pesquisas naquele país asiático para Hong Kong, com o objectivo de fugir à censura do Governo aos resultados apresentados pelo serviço. A medida foi uma espécie de consequência dos ataques que a empresa sofreu, alegadamente com origem na China.