Novamente sob pressão por causa do poder das suas plataformas na distribuição de conteúdos, a Google está ativa e a anunciar novidades que podem contribuir para reduzir o impacto de medidas mais penalizadoras, já em marcha ou em debate.
A empresa continua a alargar a novos países o Google News Showcase, um programa que vai remunerar os editores de media, que em troca fazem curadoria de notícias para o Google News e incluem na seleção conteúdos pagos, que os utilizadores do serviço passam a poder ver gratuitamente.
O Showcase foi lançado pela Google no ano passado na Alemanha e no Brasil. Na semana passada chegou à Austrália e acabou de ser estendido também à Argentina e ao Reino Unido. Numa publicação no blog, a Google revela que está a postos para estender o programa já a mais alguns países, onde se incluem França, Canadá ou Japão.
O timing dos novos lançamentos
A notícia surge na semana em que o Financial Times dá como provável que a revisão de várias normas europeias no domínio do digital, agora em marcha, possa acabar por incluir medidas que obriguem a Google a remunerar de forma mais abrangente, os editores das notícias divulgadas nas suas plataformas.
O momento é também sensível porque a Austrália está a finalizar uma nova legislação nesta área. O News Media Bargaining Code pode obrigar os gigantes da internet a remunerar os editores pelos conteúdos que exibem nas suas plataformas, incluindo notícias partilhadas em redes sociais. A Google ameaçou retirar operações do país se a legislação entrasse em vigor nestes moldes, declarações recentes do Primeiro-ministro australiano, sobre a existência de um diálogo construtivo com a empresa, indicam que isso pode já não acontecer.
O que há para ver no Google News Showcase?
O News Showcase está direcionado para responder precisamente a este tipo de preocupações e, contas feitas, no grupo de países onde já está disponível, o Showcase passa a incluir conteúdos de 450 publicações e a Google continua a trabalhar para aumentar o leque.
O que ganham os leitores?
Para os leitores o Showcase vai trazer uma “experiência noticiosa mais rica”, em meios de comunicação da sua confiança e uma oportunidade para conhecer outras publicações que cubram os seus interesses, sublinha a Google.
Como? Os painéis de notícias Showcase ficam disponíveis para quem usa o Google News no telemóvel (browser ou app para iOS e Android), nos países onde a novidade já foi lançada (Austrália, Alemanha, Brasil, Reino Unido e Argentina). Podem ser “consumidos” a partir do separador que dá acesso ao quiosque de notícias, onde vão aparecer blocos com destaques da seleção de notícias feita por cada parceiro. Quem segue uma ou mais publicações representadas no programa vai encontrar os painéis de notícias desse meio também no seu feed personalizado.
O que ganham os editores?
Para os editores, acredita a Google, o programa é uma forma adicional de rentabilizar conteúdos, que dá acesso a um pagamento mensal fixo pelas notícias que ficam acessíveis via Google News, para além de ser uma forma de gerar tráfego adicional para os sites dos parceiros, que poderá ser rentabilizado comercialmente.
A disponibilização gratuita de alguns artigos pagos, por outro lado, é uma forma de mostrar o valor dos conteúdos de cada plataforma e de cativar novos leitores para os serviços pagos, defende ainda a Google.
Os acordos que a Google está a estabelecer com editores em todo o mundo têm um prazo de três anos, prevêem pagamentos mensais fixos e cobrem a curadoria de artigos e o acesso gratuito a alguns conteúdos pagos. Como frisa a empresa, são indiferentes ao número de visualizações que cada notícia possa ter.
Efeitos na Austrália?
Com a chegada do programa à Austrália a Google espera evitar os efeitos de uma lei mais dura no país (pelo menos na relação com os editores com quem chega a acordo), que possa também ser um rastilho para outras iniciativas legislativas, noutras geografias.
“Acreditamos que o News Showcase é a forma certa de pagar aos editores ao abrigo do Código proposto pelo Governo. Oferece uma forma de apoiar o jornalismo de interesse público e ajuda a garantir o futuro da indústria de media, sem inviabilizar o funcionamento do Google Search”, sublinha a empresa numa publicação no seu blog oficial.
Aí também refere que no país faz a mesma proposta aos editores que nas restantes geografias, a expectativa é que aceitem sabendo que o Código funciona sob o programa e suporta a arbitragem de qualquer conflito.
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