O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden assinou uma ordem executiva que visa reforçar a cibersegurança nos portos norte-americanos, em particular face aos riscos associados à utilização de guindastes gigantes fabricadas na China.
“Atualmente, os portos dos EUA empregam 31 milhões de pessoas, contribuem com 5.400 biliões (milhão de milhões) de dólares (5.000 biliões de euros, à taxa de câmbio atual) para a nossa economia e são o principal ponto de entrada de mercadorias nos Estados Unidos”, frisou Anne Neuberger, conselheira sénior da Casa Branca para questões de cibersegurança, durante uma conversa com meios de comunicação social.
“A condução das suas operações tem um impacto claro e direto no sucesso do nosso país, da nossa economia e da nossa segurança nacional”, acrescentou. A ordem executiva emitida pelo presidente democrata pretende estabelecer requisitos mínimos de cibersegurança.
O diploma também pretende melhorar a notificação de incidentes por navios e infraestrutura portuária.O Governo federal também vai investir 20 mil milhões de dólares (18,5 mil milhões de euros) em infraestrutura portuária nos próximos cinco anos.
Estes investimentos devem, entre outras coisas, apoiar a produção nos Estados Unidos de guindastes utilizados para carregar e descarregar contentores, para reduzir a dependência de equipamentos fabricados na China.
“As ameaças chinesas são um perigo particular que este decreto ajudará a combater”, frisou Anne Neuberger, especificando que o Governo também pretende prevenir ataques criminosos, em particular por ransomware.
"Os guindastes gigantes fabricados na China dominam o mercado global e representam quase 80% dos guindastes usados nos portos dos EUA. Por definição, esses guindastes podem ser controlados, geridos e programados remotamente. Isso torna os guindastes fabricados na China potencialmente vulneráveis", destacou, por sua vez, John Vann, almirante e comandante das atividades de cibersegurança da Guarda Costeira dos EUA, em declarações aos jornalistas.
John Vann estimou o número desses guindastes chineses operando nos Estados Unidos em pouco mais de 200, e indicou que 92% destes já foram revistos pela Guarda Costeira americana, à procura de falhas ou ameaças à cibersegurança.
Prestador de serviços chinês pirateou governos e NATO
Analistas de duas empresas de cibersegurança disseram que a I-Soon, prestadora de serviços informáticos chinesa, infiltrou-se nos sistemas de mais de uma dúzia de governos, de organizações pró-democracia em Hong Kong e da NATO.
A SentinelLabs e a Malwarebytes chegaram a esta conclusão após estudarem uma fuga de dados da I-Soon. A informação da empresa foi carregada no site de partilha GitHub a 16 de fevereiro.
Segundo os analistas, citados pela agência de notícias France-Presse (AFP), os dados da empresa chinesa contêm ficheiros de conversação, apresentações e listas de alvos. No entanto, não foi possível à AFP verificar de imediato o conteúdo.
"A fuga de informação fornece alguns dos pormenores mais concretos tornados públicos até à data" sobre a alegada espionagem chinesa e revela a sua maturidade, escreveu o SentinelLabs num relatório publicado na quarta-feira.
O autor da pirataria informática e os motivos ainda não são conhecidos, mas a fuga de informação "fornece uma visão sem precedentes das operações internas de um fornecedor de serviços de pirataria informática afiliado ao Estado", ainda de acordo com a SentinelLabs.
A I-Soon foi capaz de se infiltrar em instituições governamentais na Índia, Tailândia, Vietname e Coreia do Sul, de acordo com outro relatório publicado na quarta-feira pela Malwarebytes.
As empresas também explicam como os hackers da I-Soon acedem ao computador de uma pessoa e controlam-no remotamente, conseguindo executar comandos e monitorizar o que é escrito.
De acordo com os documentos divulgados, a I-Soon era uma entidade contratada pelo Governo chinês na região de Xinjiang, noroeste da China, onde as autoridades têm vindo a impor medidas repressivas em nome do antiterrorismo, de acordo com a AFP.
Estudos em países ocidentais, baseados em interpretações de documentos oficiais chineses, testemunhos de alegadas vítimas e extrapolações estatísticas, acusam Pequim de repressão contra os uigures, minoria étnica muçulmana chinesa, refere a agência de notícias.
A China ainda não reagiu às alegações de espionagem. No entanto, é comum condenar este tipo de acusações, afirmando ser vítima de numerosos ciberataques por parte dos Estados Unidos.
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