Um relatório da Checkmarx revelou que o LeapFrog Ultimate, um tablet para crianças entre os três e os seis anos, apresentava graves falhas de segurança.  Segundo a empresa de cibersegurança, as vulnerabilidades do dispositivo poderiam servir como ponto de entrada a hackers, facilitando assim o roubo de informação sensível ou ainda o envio de mensagens a crianças.

Lançado em 2017 pela marca americana LeapFrog, o tablet contém aplicações, jogos e vídeos educativos para crianças, limitando o uso de Internet por parte dos seus jovens utilizadores para prevenir o acesso a conteúdo impróprio.

De acordo com o relatório publicado pela Checkmarx, uma das principais vulnerabilidades do sistema encontrava-se na aplicação “PetChat”. Nela, as crianças podem conversar usando avatares de animais, através de um conjunto de frases pré-estabelecidas. Contudo, os investigadores da empresa de cibersegurança descobriram uma falha de segurança na rede do dispositivo que poderia permitir identificar uma possível localização de LeapPads que estariam a usar a aplicação. Além disso, qualquer pessoa num limite de 30 metros de um dispositivo LeapFrog a utilizar a aplicação PetChat conseguiria mandar uma mensagem a uma criança.

A Checkmarx encontrou também vulnerabilidades na aplicação “LeapSearch”, um motor de busca para crianças, que permitiriam o acesso por hackers a conteúdo sensível: desde informações sobre a criança (como a sua idade, nome e género) a dados relativos ao cartão de crédito dos pais.

De acordo com a empresa de cibersegurança, a LeapFrog já resolveu as falhas de segurança no dispositivo e removeu a “PetChat” da sua loja de aplicações. No entanto, advertiu que alguns modelos mais antigos ainda a podem ter instalada, recomendando a sua desinstalação.

O caso da LeapFrog é apenas um dos mais recentes no que toca a problemas de segurança em dispositivos para crianças. Já em julho deste ano, uma falha na aplicação Messenger Kids, do Facebook, permitiu que crianças entre os seis e os 12 anos entrassem em grupos de chat que não eram aprovados pelos seus pais.