A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) fez um pedido de informação adicional às partes interessadas na venda do domínio .org. A decisão surge após a Internet Society ter anunciado, a 13 de novembro, um acordo com a Ethos Capital, uma empresa de investimento de capital, para a aquisição do Public Interest Registry (PIR), onde se inclui a comunidade .org. De acordo com o comunicado da ONG, a proposta surgiu em setembro deste ano e a transação deverá ser finalizada durante o primeiro trimestre de 2020.
A ICANN afirma, em comunicado, que a 14 de novembro foi notificada pelo PIR acerca da proposta de transação. Assim, de forma a poder avaliar se o processo é legítimo e se as entidades em questão cumprem os critérios necessários, a ONG realizou um pedido de informação à Internet Society, ao PIR e à Ethos Capital. A ONG afirma que está a avaliar a proposta “muito seriamente”, mas para garantir que o domínio .org se mantenha “seguro, confiável e estável”, é necessário que as entidades interessadas “atuem de forma transparente ao longo do processo”.
A possível passagem do domínio .org das mãos de uma ONG para as de uma empresa privada é algo que tem vindo a levantar diversas questões e preocupações, levando mesmo à criação da iniciativa Save .org. O website agrega a oposição à compra e apela aos internautas para assinarem a carta onde pedem para que isso não aconteça.
Até ao momento, já mais de 17.900 pessoas assinaram a carta, defendendo que as decisões que afetam o .org devem ser tomadas com a consulta de todas as comunidades ONG, "supervisionada por um líder de comunidade". Caso a Internet Society não possa desempenhar esse papel, "deverá trabalhar com a comunidade ONG e a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) para encontrar um "substituto apropriado".
A Internet Society esclareceu que a Ethos Capital está empenhada em manter o .org “acessível e com um preço razoável para todos”. No entanto, a oposição está preocupada com a possibilidade de aumento das taxas de registo sem a aprovação da ICANN ou da comunidade .org, “o que iria colocar muitas ONG com pouco dinheiro na posição difícil entre escolher pagar taxas mais elevadas ou perder a legitimidade e o reconhecimento da marca de um domínio .org”.
A possibilidade de desenvolvimento e implementação de mecanismo de direitos unilaterais sem consultar a comunidade .org também não é vista com bons olhos. Outra crítica prende-se com o poder de implementar processos para suspender nomes de domínio com base em acusações de “atividade contrária à lei aplicável”. Neste sentido, a carta reforça a necessidade dos interesses das ONG falarem mais alto do que os financeiros.
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