Vários milhões de utilizadores de Internet em todo o mundo estão a ser controlados por ferramentas de rastreamento que marcam presença em 145 páginas Web das 10 mil mais visitadas segundo o ranking da Alexa. Os sites têm scripts "secretos" para conseguirem a "impressão digital" de cada dispositivo.

Estes scripts estão escondidos na maior parte dos casos em elementos de formato flash ou que usam o Javascript. Este tipo de registo de informações contorna as políticas de utilização de cookies prevista nas diferentes legislações, segundo os investigadores, e conseguem também ignorar as definições Do Not Track definidas pelos internautas.

Qual o equipamento, qual a versão do sistema operativo, qual o navegador de Internet usado e até quais os plug-ins instalados são algumas das informações que são recolhidas de forma ilegal. Os endereços originais de IP, mesmo usando ligações proxy, são outras das informações recolhidas. Esta é uma forma alternativa de recolher dados dos internautas sem ser preciso recorrer aos cookies.

Os resultados foram conseguidos através de uma investigação feita pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Em nenhum momento são revelados quais os sites que usam este tipo de técnicas e estratégias de rastreamento.

As informações recolhidas têm sobretudo o propósito de serem compiladas e vendidas a empresas de publicidade online, para que possam direcionar com mais eficácia os anúncios.

Os investigadores da universidade belga acreditam ainda que o registo secreto de informações dos internautas é uma prática mais comum e mais ampla do que aquela que é desvendada. Neste sentido disponibilizaram uma ferramenta chamada FPDetective que vai permitir a outros investigadores encontrarem sites que façam uso de técnicas invasivas de privacidade.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico