O Conselho Executivo de Serviços de Informação (ISEC) da Associação Norte-americana de Marketing Directo revelou ontem, em conjunto com a Privacy Leadership Initiative (PLI) um estudo que estima que as instituições de caridade nos Estados Unidos poderão perder 16,5 mil milhões de dólares (19,09 mil milhões de euros ou 3,82 mil milhões de contos) no caso de o sistema legal de opt-out seja eliminado. Este estudo analisou os potenciais custos da futura imposição de restrições à partilha de dados pessoais com terceiras partes.
O sistema opt-out - que é actualmente aplicado à maior parte de instituições de caridade e empresas nos Estados Unidos - apenas oferece aos particulares a hipótese de exigirem que essa informação não seja distribuída a outras entidades, dando em tudo resto liberdade total para a partilha de informação confidencial a seu respeito. Uma lei baseada num sistema de opt-in, em comparação, proibe a troca de qualquer infromação sem que o indíviduo que cedeu esses dados a autorize explícitamente por escrito.
O autor do estudo e director executivo da ISEC, Michael A. Turner, conclui que as leis que apoiam o opt-in podem prejudicar as instituições de caridade social em quase todas as fases de recolha de fundos. Para além de dificultar as suas acções efectuadas através de direct mail, as restrições na difusão dos dados poderiam também desencadear efeitos negativos na capacidade das organizações em efectuar apelos directos e pessoais de auxílio, que consistem na maior fonte de doações de beneficiência nos Estados Unidos.
No comunicado divulgado pela PLI, Turner explica que "se as organizações de beneficiência não podem recorrer a dados externos para identificar potenciais doadores, então a única maneira para encontrar essas pessoas seria enviar correio a uma lista aleatória de indivíduos", acrescentando, que ao contrário das expectativas dos políticos e dos cidadãos, o resultado final poderia representar até mais correio para mais lares do que antes da entrada em vigor da lei.
O estudo conclui ainda que isentar as organizações não-lucrativas do âmbito da lei não iria contribuir para diminuir o prejuízo. Uma vez que as contas não lucrativas representam menos de 10 por cento do negócio dos grandes fornecedores de serviços de informação, as empresas em que as instituições de caridade dependem pela informação prestada "não seriam viáveis no contexto de uma restrição rígida da transmissão de dados", refere-se no documento.
Em 1999, os americanos doaram 190 mil milhões de dólares (219,83 mil milhões de euros ou 44 mil milhões de contos) para caridade. De acordo com Turner, as leis baseadas num sistema de opt-in iriam dificultar a actividade das instituições de beneficiência que dependem da descoberta de novos doadores generosos.
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