A corrida aos novos nomes de domínios em .pt já era esperada com a entrada em vigor da liberalização das regras de registo a 1 de maio, apesar de ser feriado, e a FCCN já estava preparada para uma afluência acima do normal, de utilizadores individuais e registars. Por isso todo o processo decorreu sem problemas, garantiu ao TeK Luisa Lopes Gueifão, diretora do registo de domínios, que admite porém que houve alguma lentidão, sobretudo nas primeiras horas.

Depois de uma quase duplicação do número de domínios registados durante o período de sunrise, reservado a empresas e marcas com direitos sobre os nomes de domínios, foram ontem registados 18.220 domínios, a larga maioria em .pt. E nas primeiras horas da manhã de hoje já tinham sido registados mais 600 endereços de Internet que querem usar o sufixo .pt.

Luisa Lopes Gueifão afirma que o número está dentro das expectativas da FCCN, entidade responsável pelo registo de domínios na hierarquia atribuída a Portugal, o .pt, admitindo que até final do mês será possível chegar a 35 ou 40 mil novos registos. Embora este mês seja tendencialmente “muito concorrido”, o número de registos tenderá a estabilizar depois dos primeiros dias em que se notará maior afluência, explica.

As empresas que gerem serviços de alojamento e registo de sites (registars) são responsáveis pela maioria dos registos realizados, 14.614, contra 3.609 de utilizadores independentes, sejam eles empresas ou individuais. E há também uma elevada procura internacional, de utilizadores que querem assegurar endereços em .pt.

A FCCN admite também alguma transferência de endereços que antes estavam apenas registados em .com.pt, por não cumprirem os requisitos para o registo em .pt, mas a diretora do serviço afirma ser ainda cedo para fazer a análise destes números.

Antes da liberalização, no final de Fevereiro, estavam registados 414.083 domínios, em .pt e nos subdomínios existentes, e depois da fase de sunrise e do primeiro balanço da liberalização efectiva, o número aproxima-se agora dos 451 mil. Com este crescimento fica mais perto a possibilidade de redução de custos dos registos, que Pedro Veiga, presidente da FCCN, tinha admitido se o número crescesse 25%. Luisa Geifão admite porém ser ainda cedo para poder fazer esta análise.

Atualmente, o .pt custa 22 euros por ano, ou 65 euros por um registo de cinco anos, o que se traduz em 13 euros por ano, mas muitos internautas queixam-se deste valor, até porque um registo na hierarquia .com custa cerca de oito euros.

Registos a precisar de revisão
Os números agora avançados de registos de domínios ainda vão necessitar de uma revisão, até porque por uma questão de operacionalidade a FCCN não faz nos primeiros dias a validação dos registos para verificar se cumprem as novas normas.

Apesar da liberalização que ontem entrou em vigor, e que era um processo que se arrastava já há vários anos, continuam a existir regras para o registo dos domínios, nomeadamente em relação à utilização de nomes geográficos, a não utilização de palavras ou expressões contrárias à lei, ordem pública ou bons costumes, e ao facto de poderem induzir em erro sobre a titularidade, coincidindo com “marcas notórias ou de prestígio pertencentes a outrem”.

Uma simples revisão sobre os últimos domínios registados ontem ao final da noite permitia detetar várias possíveis violações dessas regras, entre as quais a utilização de nomes como california, hong-kong, e marcas como corona, bradesco e malboro. Luisa Lopes Gueifão admitiu ao TeK que houve “alguns registos abusivos que estão a ser removidos por violação das regras”, o que acontecerá nos próximos dias devido ao elevado número de registos e porque é necessária uma apreciação de cada um. O malboro.pt, por exemplo, é um dos que já foi removido.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador

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